Facchini

Chip burla o uso de Arla em caminhões Euro 5

A AFEEVAS (Associação dos Fabricantes de Equipamentos de Controle de Emissões de Poluentes da América do Sul) constatou que as vendas de Arla (agente líquido que atua no catalisador dos novos caminhões para reter poluentes perigosos) não estão acompanhando, em proporção, as vendas de diesel S-10. Apesar das vendas do diesel subirem, curiosamente, a comercialização do Arla recua. A razão? o chip paraguaio, um dispositivo eletrônico que “engana” o sistema dos novos caminhões, teve uma grande procura por compradores no ano passado.
Por pouco mais de R$ 600,00, o chip envia ao sistema eletrônico do caminhão a informação de que o Arla foi enviado para o catalisador - isto sem que uma única gota seja injetada. No sistema normal, sem Arla o caminhão iria perdendo potência até parar. Com o chip, isso não acontece. O caminhão funciona normalmente, porém soltando no meio ambiente tudo quanto é veneno poluente. Sem que os gases sejam tratados no catalisador, um caminhão novo polui ainda mais que um velho caminhão de mais de 20 anos. Para Elcio Farah, diretor da AFEEVAS, a utilização do tal chip “vem crescendo assombrosamente” e a única solução, no curto prazo, seria maior fiscalização nas estradas.
Bruno Santos de Matos, gerente de industrialização de Arla 32 da BR Petrobras, diz que as vendas do produto vinham crescendo, acompanhando a expansão das vendas de diesel S-10, durante todo o ano de 2013, com quedas em 2014 e, já no início deste ano, uma diferença de mais de 20%. Dados da AFEEVAS mostram que a queda nas vendas de Arla começou a ser observada no início do ano passado. “Isso mostra que a fraude do sistema saiu de um grupo isolado em 2013 e começou a se expandir vertiginosamente até atingir um volume considerável da frota nova de caminhões no Brasil”, analisa Matos.
O problema não é mais isolado: “Grandes transportadoras, de todas as regiões do Brasil, deixaram de comprar Arla e passaram a usar o dispositivo que dispensa a utilização deste produto no catalisador”, afirma Matos. “A alegação para justificar o crime ambiental, é que o consumo do Arla, equivalente a cerca de 5% do consumo de combustível, onera o frete e diminui o lucro”, diz Farah, da AFEEVAS.
Porém, segundo as fabricantes, quando o caminhão Euro 5 utiliza Arla, é possível obter 5% de economia de diesel. “A prática desta fraude pode também trazer sérios problemas para o caminhão”, comenta Guy Rodrigues, diretor de vendas de caminhões da Ford do Brasil. 
FONTE: iCaminhões 
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