Nem mesmo o anúncio da Petrobras de que vai reduzir em 2,7% o preço do diesel nas refinarias, com reflexo estimado de R$ 0,05 nas bombas, deverá aliviar a situação financeira das transportadoras e, consequentemente, o preço do frete. Segundo o vice-presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Estado de Minas Gerais (Setcemg), Gladstone Vieira, além de se tratar de uma redução insignificante, a defasagem no preço do transporte é muito maior.
“Embora não esteja garantido, este repasse deverá ocorrer, uma vez que o governo divulgou amplamente a redução. De toda maneira, o impacto será menor para o diesel, que é o combustível que move este País. Por isso, não deveremos ter grandes mudanças nos custos das transportadoras nem no valor do frete”, avalia Vieira.
Conforme o vice-presidente do Setcemg, o pequeno alívio que poderá ocorrer com a ligeira queda no preço do diesel deverá ser usado para diminuir os prejuízos já acumulados ou para melhorar as margens de lucro das empresas. De acordo com Vieira, o frete cobrado pelas transportadoras mineiras está defasado em mais de 25%, em virtude da alta dos custos nos últimos anos com mão de obra e aumento dos combustíveis.
“Isso que faz com que as margens do setor permaneçam praticamente inalteradas diante da redução anunciada pela Petrobras. Nem tão cedo será possível repassar”, avalia o dirigente.
Peso
Atualmente, o combustível, ao lado da mão de obra, é o principal custo das transportadoras do Estado. Juntos, os dois representam 60% das despesas das empresas. De acordo com o vice-presidente do sindicato, somente o diesel representa entre 38% e 42% destes custos, dependendo do tipo de transporte.
Por estes e outros motivos, o setor deverá apresentar resultados negativos também em 2016. Em 2015, as transportadoras registraram redução de 30% no faturamento frente ao registrado em 2014. O motivo foi a queda da demanda de transporte em decorrência do mau momento econômico do País.
No início deste ano, o esperado pelo setor era de que a retração no faturamento em 2016 chegasse a 10%. Agora, segundo Vieira “está difícil de prever”.
FONTE: Diário do Comércio