Cerca de um ano e meio após a condenação, o cartel de montadoras formado pelas marcas DAF, Daimler, Iveco, MAN, Scania e Volvo-Renault, voltou a ser assunto em toda a Europa. Segundo as investigações da comissão de concorrência da União Europeia, o grupo foi responsável pela fixação dos preços dos veículos e atrasos na introdução de novas tecnologias entre 1997 e 2011.
Nesta quarta-feira (20) a imprensa especializada do setor na Europa noticiou um novo capítulo jurídico envolvendo as montadoras e transportadoras. Segundo informações, mais de 40 transportadoras alemãs ingressam com uma ação no Tribunal de Justiça de Munique, no valor de 237 milhões de euros contra as montadoras que participaram do cartel.
Dentre as transportadoras destaca-se a presença das gigantes Deutsche Bahn e DB Schenker, consideradas atualmente como as maiores empresas alemãs atualmente. "A Deutsche Bahn está absolutamente determinada a obter uma compensação total dos membros do cartel", disse Ulrich Weber, membro do conselho da DB para recursos humanos e assuntos jurídicos. "A fixação ilegal de preços causou danos enormes à nossa empresa e às outras partes interessadas".
Até o momento não há números exatos, mas estima-se que o grupo de transportadoras envolvidas na ação adquiriram cerca de 35 mil caminhões ao longo dos 14 anos de atuação do cartel, o que resultou em um custo superior a 2 milhões de euros.
A decisão de entrar na justiça contra as montadoras foi tomada após a a UK Road Haulage Association (RHA), alertar aos transportadores sobre a possibilidade de uma ação coletiva resultar em um ressarcimento de pelo menos 6.785 euros por caminhão adquirido entre 1997 e 2011.
Informações recentes apontam ainda que além da ação coletiva movida pelas transportadoras alemãs, alguns operadores de aeroportos, empresas de logística e as Forças Armadas da Alemanha também ingressaram com ações na justiça contra o cartel de montadoras e solicitaram reparações de danos milionárias.
A própria comissão de concorrência da União Europeia já havia alertado para a possibilidade das montadoras enfrentarem diversas ações na Justiça, devido a exposição de seus clientes a preços inflacionados por mais de uma década.