Facchini

Mais de 200 toneladas puxadas por um motor de 480 cavalos de força



Veículo peculiar chamou a atenção ontem de quem passava pela rodovia BR-262, próximo à Copervale. Um caminhão da marca Scania puxando uma carroceria com 54 metros de comprimento por 6,7 metros de altura transportava uma torre de concreto para armazenamento de gás natural, que pesa nada menos que 200,36 toneladas.
Quem está à frente do volante da Scania responsável pelo transporte dessa carga de peso é Nairto Kawahata, que há 37 anos trabalha como motorista de caminhões e carretas. "É muita responsabilidade, uma vez que esse veículo não passa em qualquer lugar justamente pela sua altura e também pelo comprimento", afirma o motorista.
De acordo com ele, equipe especializada fica responsável para mapear a trajetória por onde irão passar, justamente por causa do tamanho da carga. "Nem todos os viadutos são altos o suficiente para que passemos por baixo. A alternativa então é desviar por estradas de terra ou até mesmo abrir desvios para que possamos prosseguir a viagem", conta.
Em Uberaba, o motorista se deparou com situação parecida. De acordo com ele, foi necessária a ajuda do Exército para passar pelo trecho do viaduto da BR-262, próximo à avenida Deputado José Marcus Cherém. "O Exército teve que abrir passagem, justamente por causa da altura."
Para puxar a carga de mais de 200 mil quilos, o veículo Scania possui tração de 6x4 e motor 480 cavalos. Além disso, ele informa que ainda é necessário um segundo veículo que engata no primeiro para ajudar na tração. Cada uma dessas Scania pesam mais 40 toneladas e utilizam 12 pneus. Já para o transporte da torre são necessárias duas carretas, cada uma com 48 pneus, totalizando 120 pneus nesse transporte.
O horário de viagem também é restrito, sendo apenas entre 6h e 18h, em velocidade média de 20 quilômetros por hora. Além de carros de escolta da própria empresa de transportes, a viagem conta também com escolta da Polícia Rodoviária.
Quem também acompanha a viagem, além dos dois motoristas, são dois operadores de linha de eixo. Esses, além de cuidarem da parte mecânica dos veículos, viajam em uma cadeira na parte de trás da carga, alinhando a carreta com o caminhão, através de um painel de controle. "Difícil mesmo é quando fura um pneu", brinca Joel Floriano de Lima, um dos mecânicos.
O destino do grupo é o polo petroquímico da Petrobrás na cidade de Candeias, no Estado da Bahia. "Há 28 dias saímos de Sertãozinho, no estado de São Paulo. Se as condições climáticas, como chuva ou ventos, contribuírem, a expectativa é de que cheguemos em Candeias em aproximadamente três meses", afirma o mecânico. (JB)
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