Mesmo com a realização dos leilões de Prêmio para Escoamento de Produto (PEP) e a remoção de parte da última safra de milho pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), os produtores mato-grossenses continuam enfrentando dificuldades com a comercialização e transporte da produção do milho safrinha. O avanço da colheita, que nesta semana registra 12% da área de 2 milhões de hectares plantada no Estado, segundo o Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea/MT), agrava o problema da armazenagem.
“Com a definição de prazos para remoção do milho comercializado nos leilões, o custo do frete deve ser novamente pressionado”, comenta o gerente de operações da superintendência da Conab em Mato Grosso, Charles Córdova.
Os preços mais elevados do frete e a baixa cotação do grão em algumas regiões do Estado, como por exemplo, no médio norte mato-grossense -onde chega a ser comercializado abaixo do preço mínimo de R$ 13,98 -, tem gerado protestos dos produtores e dificuldade na remoção.
“O preço médio do frete é de R$ 220 por tonelada transportada até os portos (Santos e Paranaguá), mas durante a remoção da safra de soja, teve um aumento, que é sazonal”, observou Córdova. “Até o final de outubro, por exemplo,devem ser removidas as 400 mil toneladas de milho comercializadas no primeiro leilão da Conab, isso deve aumentara contratação de caminhões e encarecer o frete”, explica.
Para os outros leilões, o prazo para retirada do milho comercializado dos silos estaduais se expira em 31 de dezembro.
Capacidade:
Atualmente, os armazéns existentes no Estado têm uma capacidade estática média de 28 milhões de toneladas de grãos, sendo que a Conab assegura a armazenagem de 2,9 milhões de toneladas. “E atualmente não temos espaço para remoção para outras regiões do país”, justifica o gerente da Conab.
Na última operação de remoção, concluída pela Companhia há cerca de 15 dias, foram retiradas 290 mil toneladas de milho dos armazéns estaduais, ainda provenientes da safra 08/09. A previsão era concluir a transferência do milho até o final de fevereiro. “Mas houve atrasos por causado início da colheita de soja e por causa das chuvas”, conclui Córdova.