Com o objetivo de manter as vendas aquecidas, após estarem se recuperando da crise, o setor de peças, concessionárias e montadoras de caminhões da região recebeu com otimismo o anúncio feito pelos ministros da Fazenda, Guido Mantega, e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge, sobre a prorrogação de incentivos fiscais. Isso vai beneficiar o investimento na economia, em itens como caminhões e bens de capital (máquinas e equipamentos).
A isenção de IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) para caminhões e tratores, que terminaria na quarta-feira, foi prorrogada até 31 de dezembro. Sem essa medida, o IPI voltaria a 5% para os caminhões.
De acordo com o supervisor de vendas Eugênio Pereira Melo, que trabalha em uma concessionária de caminhões, em Resende, depois que o governo anunciou a isenção do IPI no fim de 2009, houve um acréscimo de vendas de caminhões, ônibus e peças na loja em torno de 30%, mas outros fatores também influenciaram para essa mudança. O governo também deu condições especiais, por meio do financiamento de máquinas e equipamentos (Finame) para caminhões com juros de 0,57% ao mês ou 7% ao ano.
- A partir de 1º de julho, passará a 0,64% ao mês e 8% ao ano, com um prazo de 72 meses para o pagamento. O banco Volkswagen atuou em mais de 80% dos financiamentos da região - afirmou.
Segundo Melo, as transportadoras e empresas de ônibus são responsáveis por 70% das vendas de caminhões e ônibus da concessionária, os outros 30% são direcionados às empresas de material de construção, distribuidoras de bebidas e material de limpezas ou particulares.
Para o gerente, a grande demanda nas vendas nos primeiros meses deste ano interferiu no atraso da entrega de alguns modelos por parte dos fabricantes, que se viram sobrecarregados com o excesso de encomendas.
- Os caminhões da linha Worker de 13, 15 e 17 toneladas estão demorando de dois a três meses para serem entregues, já o modelo Constelation, com a mesma tonelagem, e com uma cabine mais nova, muito usado por empresas de bebidas, tem uma entrega com prazo aceitável. Com a prorrogação da isenção, acredito que o ritmo das vendas deva se manter até o fim do ano, sem sofrer acréscimo e irá ajudar a termos um 2011 favorável - disse.
Atualmente o veículo mais caro é o caminhão 25370, cavalo mecânico, ao custo de R$ 275 mil e o mais procurado pelas transportadoras são os caminhões 19320 e 24250, que é o caminhão mais vendido no Brasil, há dois anos em primeiro lugar. Já as empresas de ônibus preferem os modelos 17230 e 15190 chassis para ônibus.
Novo ânimo para as concessionárias
Para José Leite, vendedor de uma concessionária de caminhão, localizada na Dutra, próximo a Barra Mansa, desde o ano passado, devido à isenção do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) dos caminhões, as vendas aqueceram bastante.
- Essa medida do governo foi feita para combater a crise sofrida pelos EUA, que interferiu na produção das fábricas no segundo semestre de 2007 até 2008. Com a medida do governo, como isenção do IPI e redução das taxas de juros, o mercado começou a aquecer com as vendas se normalizando a partir de dezembro de 2009, ocasionando um aumento de consulta das transportadoras e empresas de ônibus junto às concessionárias de caminhões - disse.
- Agora, com a prorrogação da isenção, vai se tornar um facilitador para manter o patamar de vendas do momento - acrescentou.
De acordo com Leite, a isenção do IPI não foi o único motivo para o grande aumento nas vendas. A redução na taxa de juros no financiamento, que se manteve bem baixa, também teve uma grande influência.
- Esperamos em 2011 manter as vendas em alta, mesmo com o fim da isenção do IPI em dezembro, para que continuemos com um saldo favorável, tanto na produção dos veículos como na venda - falou.
FONTE: Diário do Vale