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Rodoanel Sul tem 40% de caminhões durante semana

Um levantamento divulgado pela Secretaria dos Transportes do Estado mostra que 40% dos veículos que circulam no Trecho Sul do Rodoanel em dias úteis são caminhões. Os dados são referentes aos dois primeiros meses de funcionamento da nova rodovia, completados ontem.
Segundo a secretaria, três milhões de veículos passaram pelo Trecho Sul durante o período. Se incluídos os fins de semana e feriados, a proporção de veículos pesados cai para 35%. A média é de 17,5 mil caminhões por dia. Mesmo assim, é superior ao de outras importantes rodovias do Estado, com maior extensão.
O Trecho Sul do Rodoanel tem 61,4 quilômetros e liga as rodovias Regis Bittencourt e Anchieta, passando por Mauá e São Bernardo.
No trecho de 163 quilômetros da Anhanguera entre a Capital e o município de Cordeirópolis, por exemplo, caminhões respondem por 31% dos veículos. Já em toda a extensão da via Anchieta, nos cerca de 55 quilômetros, a proporção é de 25,7%. Na Raposo Tavares, entre Araçoiaba da Serra a Itapetininga (51 quilômetros), 34,3% do tráfego são de veículos pesados. Já na Castelo Branco, no trecho de 65 quilômetros entre Itu e Tatuí, os caminhões são 30,7%.
O balanço da secretaria revela também redução de 28% nos congestionamentos na Capital depois da inauguração do Trecho Sul.
De acordo com o governo do Estado, um levantamento da CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) constatou que a fluidez no trânsito da avenida dos Bandeirantes aumentou em 42% em abril, se comparado a março, graças à queda de 51% no número de caminhões. No mesmo período, na marginal Pinheiros a fluidez aumentou 34%, com 33% a menos de caminhões.
Pedágio poderá aumentar proporção edágio poderá aumentar proporção:
Para o professor do curso de Engenharia Civil da FEI, Creso de Franco Peixoto, a ativação das seis praças de pedágio construídas ao longo do trecho pode aumentar a proporção de caminhões que trafegam pela rodovia.
“Haverá uma reordenação do tráfego de veículos leves. Muitos vão preferir cortar a Capital, mesmo se para isso tiverem que enfrentar congestionamentos”, avalia o especialista. Já a movimentação de caminhões deve, no mínimo, se manter, na opinião de Peixoto. “Os benefícios de chegar mais rapidamente ao destino ainda compensarão os custos”, sustenta.
O professor, que é mestre em Transportes, alerta para a possibilidade de, em poucos anos, os veículos pesados sobrecarregarem o Trecho Sul. “Por vocação, a estrutura do Rodoanel é concebida para suportar tantos caminhões. Mas é preciso investir em ferrovias, porque as rodovias não darão conta do número crescente de veículos.”
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