Facchini

Caminhões já venderam 61,9% mais que 2009

Depois de fechar o primeiro semestre com números expressivos de vendas, os comerciantes de veículos paranaenses esperam, agora, um segundo semestre ainda melhor. A expectativa é manter a tradicional proporção do setor, que costuma dividir as vendas do ano em 40% no primeiro e 60% no segundo semestres. De janeiro a junho, ainda impulsionado pela redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), que durou até março, o setor vendeu 6,53% mais veículos que no mesmo período do ano passado. A projeção para o ano é de 8% a 10% de crescimento - taxa menor que os 15% já alcançados em anos anteriores, mas ainda considerada satisfatória.
De acordo com a regional paranaense da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave-PR), que divulgou ontem os números finais de junho e do primeiro semestre, apenas os ônibus (-56,36%) e as motocicletas (-4,81%) venderam menos, este ano, na comparação com os seis primeiros meses do ano passado. O maior aumento nas vendas aconteceu nos caminhões: 61,92%. Os carros, alvo dos incentivos do governo, tiveram vendas 4,82% maiores.
O diretor-geral da Fenabrave-PR, Luís Antonio Sebben, afirma que os números do primeiro semestre “refletiram exatamente” as expectativas do setor. Ele destaca o aumento “acima do normal” das vendas de automóveis em março, impulsionadas pelo final dos descontos no IPI e o bom desempenho geral nos outros meses. Outros pontos importantes, segundo ele, foram o início de uma recuperação nas vendas de motocicletas, e o grande aumento na procura por caminhões.
Para Sebben, a expansão do crédito, puxada principalmente pelo programa Finame, do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), teve papel fundamental no aumento das vendas de caminhões. Em junho, foram comercializados 1.336 veículos desse tipo, no Paraná - número 72,83% superior às 773 unidades vendidas no mesmo mês de 2009. No primeiro semestre, foram vendidos 6.744 veículos, contra 4.165 de janeiro a julho do ano passado.
Se os caminhões foram mais vendidos nas duas comparações, os automóveis não tiveram o mesmo comportamento. Em junho, a queda nas vendas, em relação ao mesmo mês do ano passado, foi de 20,35% - de 18.245 unidades em 2009, para 14.532, este ano. O desempenho puxou para baixo a taxa geral de crescimento no primeiro semestre, mas também era esperado pelos varejistas, segundo Sebben. Isso porque, um ano antes, também havia expectativa de fim da redução do IPI, o que levou muitos consumidores às lojas.
Segundo o diretor da Fenabrave-PR, a expectativa de crescimento para este ano, apesar de menor que em anos anteriores, ainda pode ser considerada boa. “Um crescimento acima do Produto Interno Bruto (PIB) sempre é pelo menos razoável”, analisa. De qualquer forma, o desempenho será melhor que o do ano passado, quando houve queda de 9,58% nas vendas, em relação a 2008. Este ano, a Federação lembra que outro fator deve atrapalhar um pouco as vendas: nos meses que antecedem as eleições, o comportamento do consumidor muda e eles ficam mais cautelosos em relação aos investimentos.
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