O Departamento Nacional de Infra-estrutura de Transportes (DNIT) realiza nesta semana, comando para coibir o excesso de carga na BR-101 Sul. As operações ocorrem no Posto de Pesagem Veicular, no km 419, em Araranguá, em Santa Catarina. O comando tem como objetivo, também, reduzir as evasões de veículos, que tomam outras rotas ou não executam a pesagem.
As operações são realizadas pelos agentes de trânsito do DNIT desde a segunda-feira, 19, e se vão se estender até sexta-feira, 23. A fiscalização é feita por três equipes, em turnos de oito horas, perfazendo 24 horas de acompanhamento. Quatro agentes permanecem no Posto de Pesagem, em cada turno, orientado os motoristas. O comando tem o acompanhamento da Polícia Rodoviária Federal.
Segundo os agentes de trânsito, a maior causa de evasões é a pressa. Os motoristas, mesmo estando com a pesagem de carga dentro dos limites estabelecidos, não optam pela aferição, seguindo viagem. Com o comando, o número de evasões de veículos na rodovia chegou a zero, nos três primeiros dias.
Este é o primeiro comando regulador realizado no Posto de Pesagem de Araranguá neste ano. No próximo mês, a mesma equipe estará em Maravilha, no Oeste catarinense. A previsão é que uma nova ação, com os mesmos objetivos, seja realizada na BR-101 Sul, ainda em 2010. As ações do comando realizado pelo DNIT vão continuar, mesmo durante os períodos de chuvas, previstos para os próximos dias, na região Sul.
Autuações – Todos os veículos de carga acima de 3,5 toneladas devem receber aferição de pesagem. Diariamente, aproximadamente três mil veículos de carga e coletivos, dentro dessa especificação, passam pelo Posto de Pesagem de Araranguá. Entre cinco a 10 por cento de todos os veículos aferidos apresentam não-conformes à capacidade de carga e, por conseguinte, são autuados.
As autuações podem ser por dois motivos. O primeiro se refere ao excesso de Carga Total Bruta (CTB) comparado ao peso total transportado. A tolerância, neste caso, é de 5% do total bruto. Isto é, se um veículo tem por limite de carga 40 toneladas, o peso total bruto não pode exceder a 42 mil quilos (o peso bruto + 5%).
O segundo motivo é o excesso de peso na distribuição por eixos do veículo, contando a partir do eixo de tração. Neste caso, a quantidade de CTB deve ser distribuída igualitariamente pelo número de eixo, numa tolerância 7,5% do total bruto.
De acordo com o chefe do Posto de Pesagem de Araranguá, Igor Souza do Nascimento, o motivo de autuações mais corriqueiro é por excesso de carga entre eixos. No sábado, 17, mais de dois mil veículos foram aferidos, sendo que 74 foram notificados por excesso de carga. Desse total de autuações, apenas quatro foram por excesso de peso bruto e os outros 70 foram por excesso entre eixos.
A incidência de infrações por excesso de carga é registrada, igualitariamente, entre os veículos de carga particulares ou de empresas de transportes. Segundo Nascimento, a prática de transportar mais carga que o permitido independe também o tamanho do veículo.
Todos os veículos autuados com excesso de carga são multados e, para deixar o Posto de Pesagem, devem realizar o baldeamento da carga, para poder seguir viagem.
Desvios alternativos são problemas – O uso de desvios alternativos, por estradas paralelas a BR-101 Sul, tem levado muitos motoristas a fugir da pesagem de cargas. Um dos motivos apontados pelos agentes de trânsito do DNIT não está relacionado diretamente ao excesso de carga.
Desinformados da rapidez na aferição de pesagem, muitos motoristas, na tentativa de ganhar tempo no frete, optam por desvios. Se a carga do veículo estiver dentro das conformidades de peso e transporte, todo o processo de pesagem não passa de um minuto, desde a entrada, aferição e retorno a rodovia.
Durante os três primeiros dias do comando, várias denúncias de fugas foram relatadas aos agentes, feitas principalmente durante a madrugada e início da manhã. De acordo com o chefe do Posto de Pesagem, o problema ocorre também fora da semana do comando efetuado pelo DNIT.
O Posto de Pesagem de Araranguá é o último ponto de aferição de carga antes da divisa com o estado do Rio Grande do Sul.
FONTE: DNIT