Uma blitz da Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) multou hoje 1.200 caminhões por emissão de fumaça com excesso de poluentes, a chamada fumaça preta, em várias regiões do Estado. Nos 11 postos de fiscalização, montados em rodovias e avenidas da capital, Grande São Paulo, Cubatão, Jundiaí e Sorocaba, foram inspecionados 37.385 veículos.
A ação fez parte da Operação Inverno da Secretaria Estadual do Meio Ambiente e teve apoio das polícias Militar e Rodoviária, além das guardas municipais. Pela primeira vez os técnicos usaram um opacímetro, aparelho que permite medir a poluição no tubo do escapamento mesmo que ela não seja visível.
A primeira ''vítima'' do aparelho, instalado em um dos acessos de Sorocaba, no bairro do Éden, foi o motorista autônomo José Antonio Aparecido da Silva, de 40 anos. O caminhão ano 93 expelia fumaça com 3,01 pontos de material particulado, acima do limite aceitável de 2,8 pontos.
Silva foi multado em R$ 985,20 e, como já tinha duas autuações anteriores pelo mesmo motivo, além de perder direito ao desconto de 70%, ainda terá de pagar a multa em dobro. Ele exibiu nota de um serviço de regulagem feito há seis meses, mas não adiantou. "Vou ter de vender o caminhão para pagar as multas", reclamou.
O segundo motorista autuado, Luiz Gonzaga de Souza, de 51 anos, disse que tentaria o desconto, pois era a primeira multa. Seu veículo registrou 3,12 pontos de material particulado.
O opacímetro foi cedido pela Prefeitura de Sorocaba, que aproveitou para distribuir folhetos de orientação aos motoristas. A Cetesb vai abrir licitação para montar quatro unidades móveis, informou o gerente Daniel Egon Schmidt. "Com esses aparelhos, podemos triplicar a eficiência da fiscalização", disse.
No posto do Rodoanel, em Barueri, foram inspecionados 7.103 caminhões, mas apenas 81 estavam irregulares. O maior número de autuações, 194, foi aplicado na rodovia Anhanguera, onde foram fiscalizados 4.395 veículos.
Sistema
No sistema atual, com o uso da Escala de Ringelmann, uma cartela com cinco graduações de cinza que permite avaliar visualmente a densidade da fumaça, 7% dos caminhões são autuados. Com o opacímetro, o índice de autuações deve chegar a 20%.
O aparelho, acoplado a um computador, analisa e quantifica o material contido na fumaça, numa operação que dura cerca de 10 minutos. O Decreto Estadual 54.487, de 2009, permitiu a multa com base no equipamento, mas manteve o uso da escala de tons.
FONTE: Estadão