A razão é muito simples. Pelas linhas do BNDES, o comprador vai pagar no mínimo 0,37% de juros ao mês - caso do Procaminhoneiro. O prazo de pagamento não ultrapassa 60 meses e os bancos exigem ao menos 10% de entrada. Já no consórcio, o custo é de 0,12% (taxa de administração mais fundo de reserva) ao mês. Não é preciso dar entrada e o prazo é de 100 meses para pagar.
A diferença entre o Finame e o consórcio é ainda maior: 0,67% contra 0,12% mensais. Rocha dá um exemplo do que isso significa em reais na aquisição de um Scania 420, que vale R$ 327 mil. "A prestação do Finame vai girar entre R$ 7.500 e R$ 8 mil. Já a parcela do consórcio será de R$ 3,8 mil para o mesmo veículo", afirma.
Questionado se o consórcio é uma alternativa para os caminhoneiros autônomos que não conseguem aprovar seus cadastros no Procaminhoneiro, ele explica que as garantias exigidas no consórcio são menores. O comprador precisa ter imóvel em seu nome, mas não tem, por exemplo, que comprovar renda.
"Temos uma experiência considerável para saber que o autônomo quando adquire um caminhão vai trabalhar e vai faturar R$ 20 mil, R$ 25 mil.Ele vai tratar o caminhão como se fosse sua família. Entretanto aquele autônomo dono de um só caminhão está menos presente em nossa carteira. Os autônomos que nos procuram são os que já possuem três ou quatro veículos", conta.
Segundo Rocha, os transportadores com este perfil representam cerca de 30% das vendas do consórcio Scania. Existe ainda, de acordo com ele, um benefício indireto resultante dos consórcios: "Quando um grande frotista é contemplado, ele repassa a seus agregados as cotas dos veículos usados. Assim ele renova a frota e mais carreteiros conseguem aderir ao consórcio pagando prestações menores. Temos muitos casos assim na região de Maringá", afirma.
De acordo com Rocha, no ano passado, a Scania Administradora de Consórcios vendeu 2.480 cotas de cavalos e 1.600 de implementos. E a previsão é de fechar 2010 com números parecidos.
FONTE: Carga Pesada
