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Entidades preveem problemas com a restrição de grandes caminhões no centro de Porto Alegre

A restrição na circulação de caminhões de grande porte no centro de Porto Alegre preocupa entidades representativas do setor de transporte. Por dia, centenas de caminhões ingressam na região central da Capital para entregar frutas, carne, bebidas, roupas, calçados e produtos eletrônicos. Praticamente tudo que é vendido nas lojas é transportado por veículos de grande porte. Segundo entidades, além do maior número de veículos para manter o abastecimento, a medida poderá acarretar aumento no preço dos fretes.
A EPTC planeja restringir o acesso de caminhões com mais de sete metros de comprimento e quatro toneladas e meia de peso no Centro de Porto Alegre. O diretor-presidente da EPTC, Vanderdei Capellari, justifica a medida como forma de melhor o trânsito.
Veículos acima desse porte acabam ocasionando transtornos e provocando danos ao pavimento — alega Capellari.
A restrição, que ainda é discutida com entidades do comércio e transporte, entraria em vigor até novembro, impedindo o deslocamento dos caminhões das 7h às 20h de segunda a sexta-feira, e aos sábados das 7h às 14h. A discussão desperta preocupação. 
O Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano, vê como uma solução paliativa e simplistas, que não irá resolver o problema de trânsito. Ele entende que é preciso repensar a infraestrutura do Centro, como áreas maiores para carga e descarga.
A nosso ver o caminhão e o abastecimento da cidade devem ser interpretados tanto quanto o transporte coletivo representa para a população — avaliou Silvano.
Já o presidente do Porto Seco Logística e Transporte, Afrânio Rogério Kieling, prevê problemas no trânsito com maior número de veículos.
Se proibirem a circulação, para que o processo de entrega de produção; e para abastecer o mercado de Porto Alegre, se fará necessário maior número de caminhões. E o preço do frete vai encarecer. 
Na mesma linha, o presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), Vilson Noer, diz que o tema será discutido pela entidade, mas desconfia que a medida trará impactos negativos. 
Se você dificultar um caminhão maior, você deverá colocar veículos de porte menor, o que poderá acarretar em ainda mais transtornos — disse Noer. 
A restrição pode ser ampliada para os bairros Cidade Baixa e Moinhos de Vento. A medida, no entanto, será discutida na Câmara de Vereadores com todas as instituições envolvidas, inclusive a Associação dos Supermercadistas (Agas).
FONTE: Zero Hora
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