Facchini

Restrição a caminhões pode atingir três bairros

Sob a justificativa de que veículos pesados atrapalham o trânsito em algumas áreas de Porto Alegre, a Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) deverá restringir o tráfego de caminhões em três bairros. Até novembro, veículos com peso superior a 4,5 toneladas e sete metros de comprimento não poderão circular no Centro Histórico em horários pré-definidos. Nos meses seguintes, a regra passará a valer no Moinhos de Vento e na Cidade Baixa.
No perímetro do Centro Histórico, a restrição aos caminhões pesados ocorrerá de segunda a sexta-feira, das 7h às 20h, e aos sábados, das 7h às 14h. Fora desses horários pré-definidos, os veículos poderão circular normalmente, sem estarem sujeitos a multas.
Em algumas vias, os caminhões pesados prejudicam a fluidez do trânsito, geram barulho e causam destruição de bocas de lobo, das calçadas e da sinalização. No Centro, há vias com declive acentuado, o que gera risco de acidentes. É preciso regras – argumenta o diretor-presidente da EPTC, Vanderlei Cappellari.
No Moinhos e na Cidade Baixa, a ideia é proibir a circulação em parte das vias nas 24 horas do dia, incluindo fins de semana e feriados. A restrição à circulação de caminhões pesados será total pelo perfil dos bairros.
Como são áreas consolidadas como residenciais, o problema causado pelo ruído dos caminhões é mais significativo no Moinhos e na Cidade Baixa. Não se trata de proibição, mas de adequação do porte dos veículos – explica Carla Meinecke, gerente de Planejamento de Trânsito da EPTC.
O projeto está sendo discutido com entidades representativas dos transportadores e já foi apresentado ao prefeito José Fortunati, que decidirá se a proposta será levada à apreciação da Câmara de Vereadores ou se passará a valer por meio de resolução, uma vez que o Código de Trânsito Brasileiro permite à autoridade de trânsito municipal legislar sobre o assunto.
Presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística no Estado do Rio Grande do Sul (Setcergs), José Carlos Silvano vê com preocupação a restrição ao trânsito de caminhões nos três bairros, por possíveis prejuízos ao abastecimento e encarecimento dos fretes.
Assim como os ônibus são essenciais para a cidade, os caminhões também são. É por meio deles que chegam alimentos, remédios e roupas – diz.
O presidente do Porto Seco Logística e Transporte, Afrânio Rogério Kieling, defende a reorganização das vagas de carga e descarga existentes e a criação de espaços específicos para essa atividade nos novos empreendimentos.
FONTE: Zero Hora
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