Facchini

Caminhões colocam em risco veículos na Ribeira

Comerciantes e moradores da Ribeira estão preocupados com o tráfego de caminhões de grande porte nas estreitas ruas Fernandes Fonseca e Campo da Ribeira. Cerca de 100 veículos pesados, de fornecedores e distribuidores da Cosan Combustíveis e Lubrificantes, circulam diariamente pelo bairro residencial e, de acordo com trabalhadores locais, os acidentes envolvendo caminhões e carros estacionados são recorrentes. 
Cinco cones foram colocados na rua pela empresa para auxiliar os motoristas de carga pesada a manobrar com mais segurança na curva para entrar na Rua Campo da Ribeira. Mesmo assim, em maio deste ano, um caminhão, ao fazer a curva, arrastou um carro que estava estacionado, amassou a lateral e arranhou boa parte da lataria. 
— Não é a primeira vez que a gente grita para avisar o motorista que ele está arrastando um carro. Eles não ouvem porque, a maioria, está com os vidros fechados. A gente tem que gritar para sinalizar e evitar que mais carros sejam amassados. Há cerca de quatro meses, a empresa colocou um guarda para ajudar nestas questões e evitar que mais acidentes aconteçam - relevou Paulo de Jesus, que trabalha há 14 anos em uma loja próxima à rua Fernandes Fonseca.
Valéria Tourinho, que mora há mais de três anos na Ribeira, conta que estacionou em frente à sua casa para pegar a filha e em menos de cinco minutos um caminhão bateu em seu carro. “Os veículos pesados não têm espaço o suficiente para entrar na Rua Campo da Ribeira. 
Toda semana é uma batida. Dia de quinta-feira, que tem pagode aqui perto, as pessoas que não têm consciência colocam os carros em qualquer lugar e só vêem o prejuízo depois”, reclamou Valéria, que é dona de casa.
Apesar de ter sido feito um boletim de ocorrência e o seguro do caminhão se comprometer a pagar pelo prejuízo, ainda na segunda-feira (30), após três meses, nada havia sido resolvido. Valéria confessa que está triste, não só por causa do incidente, mas também porque havia comprado o carro há menos de um mês.
Por ser mão dupla, o trânsito na Rua Campo da Ribeira fica ainda mais complicado com a circulação diária de caminhões que entram e saem dos Complexos Industriais da Ribeira. Quem está descendo as escadas do mercado, na esquina da via, precisa redobrar a atenção na hora de atravessar. Como veículos pesados fazem as curvas muito abertas, a sensação é de que a roda passa em cima da calçada, próximo ao primeiro degrau. 
Quando um caminhão tem que sair da Rua Campo da Ribeira e se encontra com outro para entrar nela, o trânsito fica caótico. Há momentos em que filas de veículos se formam atrás de carretas, que impedem a ultrapassagem. Impacientes, motoristas buzinam sem parar, mesmo sabendo que há uma escola próxima, a Centro Educacional da Ribeira (CER).
A Cosan garantiu à reportagem que o tráfego de caminhões da companhia está alinhado com as regras da legislação vigente. Porém, a assessoria de imprensa se recusou a fornecer informações de quantos veículos pesados circulam diariamente pela fábrica e quais são os produtos transportados. 
Sobre os cones colocados nas ruas, a Guarda Municipal informou que a empresa não têm o poder de permitir ou proibir estacionamento em vias públicas. Diante da denúncia feita pelo Ilha Notícias, a GM disse que vai intensificar o patrulhamento no local em dias e horários diferenciados. 
NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA