As restrições aos caminhões na cidade de São Paulo estão deixando os empresários instalados na zona sul da metrópole preocupados. Com os caminhões proibidos de trafegar durante o dia em importantes vias da região, como a Marginal Pinheiros e as avenidas Bandeirantes, Roberto Marinho, Afonso Taunay, Giovanni Gronchi e Morumbi, o abastecimento das indústrias da zona sul da cidade ficou prejudicado.
De acordo com Humberto Tufolo, diretor da Montana Química, indústria localizada na região da Ponte do Socorro, em uma travessa da Avenida Guarapiranga, o abastecimento e a saída de cargas para exportação da empresa já sofrem com as restrições. “Temos tido problemas como abastecimento e, para contornar estes problemas, estamos sendo obrigados a adotar flexibilidade nos horários, o que nos traz transtornos com a questão segurança. Além disso, temos tido maior custo como transporte, pois as empresas transportadoras que nos atendem são obrigadas a adotar novas rotas, mais extensas e demoradas, o que acarreta na aplicação de índices de correção nos fretes, o que onera nossa operação”, explica o industrial.
Tufolo contou à reportagem do Portal Transporta Brasil que os problemas com a não chegada dos caminhões na região são variados. “Algumas empresas que trabalham nessa região já operam em três turnos, então não haveria a menor condição de concentrar a recepção e expedição de mercadorias de três turnos de trabalho em um único turno. Isso vai causar bastante transtorno e levará a algumas empresas a pensarem em suas localizações na cidade de São Paulo, porque isso traria prejuízos para a cadeia produtiva e também um transtorno social, uma vez que a região sul da cidade de São Paulo se caracteriza por ser uma região industrial”, comenta Humberto.
Segundo dados da regional zona sul do Ciesp (Centro das Indústrias do Estado de São Paulo), a região concentra aproximadamente 25 mil empresas, que geram 460 mil empregos diretos. Na área isolada pelas restrições, além da Montana, estão também outras indústrias muito conhecidas, como a Kellog, a MWM e a Avon.
Operações
No exemplo da Montana, que recebe muitos insumos químicos, cargas tidas como perigosas, as restrições de Kassab já trazem grandes problemas operacionais. “Principalmente quando se trata de importação ou exportação, com produtos que seguem em contêineres, e esses contêineres você tem de diversas medidas o que exige o uso de caminhões acima daquilo que está estabelecido pela Prefeitura.
As novas restrições em São Paulo geraram insatisfação entre os operadores do transporte de cargas na cidade e também entre os recebedores de cargas. O SETCESP, Sindicato das Empresas de Transportes de Carga de São Paulo e Região, tem tentado diversas formas de amenizar o impacto das proibições. Na manhã desta quinta, 23 de setembro, a entidade, em parceria com diversos outros grupos representantes de empresas e moradores dos locais mais atingidos, tem uma reunião com o secretário Municipal de Transportes de São Paulo, Marcelo Branco.
FONTE: Transporta Brasil