Cinco representantes dos caminhoneiros que realizam uma manifestação desde a madrugada desta quinta-feira (7) na Avenida Escola Politécnica, na Zona Oeste de São Paulo, seguiram por volta das 9h para a sede da Secretaria Municipal dos Transportes para uma reunião com representantes da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET). Eles fazem parte do setor que transporta areia e pedras e reivindicam o direito de trafegar pela Marginal Pinheiros.
Cerca de 25 caminhões permaneciam parados nos dois sentidos da avenida neste horário, próximo à entrada da Universidade de São Paulo (USP). O protesto era pacífico, acompanhado pela CET e pela Polícia Militar, e não causava problemas para o trânsito. Os caminhoneiros foram levados para a reunião em dois carros, da PM e da CET.
O grupo quer tentar com a Prefeitura o mesmo acordo conseguido pelos caminhões do setor de terraplanagem – que realizaram uma manifestação no mesmo local em setembro. Após o protesto, o setor conseguiu a liberação de circulação na Marginal Pinheiros, mediante um cadastro dos veículos.
“A nossa reivindicação é que nos liberem para trabalhar na Marginal Pinheiros. A gente concorda que a Roberto Marinho e a Bandeirantes não sejam liberadas. A gente trabalha dentro da Zona Sul e transporta material para a Zona Sul”, explicou o caminhoneiro Luciano dos Reis, de 41 anos, um dos que seguiram para a reunião.
Participantes da manifestação explicaram ao G1 que fazem o transporte das cargas de pedreiras localizadas no entorno das rodovias Castello Branco e Anhanguera para depósitos na Zona Sul da capital paulista, como em Parelheiros e M’Boi Mirim. Com a proibição na Marginal Pinheiros, eles passaram a usar vias do Morumbi – que agora também foram proibidas e terão fiscalização a partir do dia 29.
“A viagem que antes levava uma hora e meia agora leva cinco horas, de Araçariguama para Parelheiros. E estou passando por vias que vão ser proibidas, a Giovanni Gronchi, a Avenida Morumbi”, contou o caminhoneiro José Luiz Fernandes, de 32 anos. “Eles querem que a gente rode pelo Rodoanel, mas o Rodoanel não tem saída para Parelheiros, só nas rodovias. Se tivesse saída, a gente usava, com certeza, ia ser muito melhor. Uma saída em Parelheiros e outra em Itapecerica já ajudava”, disse Aparecido Guerra, de 55 anos.
Outro caminhoneiro ressaltou as dificuldades do setor em utilizar o Rodoanel. “A gente entende que a intenção da Prefeitura era tirar quem vinha de fora e ia para Santos da cidade. Mas a gente que trabalha aqui, dentro de São Paulo, não tem como usar o Rodoanel. E agora com a proibição no Morumbi não vai ter como fazer”, afirmou Mário Massaro Oshita, de 36 anos.
Procurada, a assessoria de imprensa da CET não soube confirmar a realização da reunião.
FONTE: G1 SP