Facchini

Amazônia Legal desenvolve estudo de melhoria da infraestrutura logística envolvendo todos os modais

Visando à melhoria da infraestrutura logística de todos os modais de transportes, entidades desenvolvem o Projeto Norte Competitivo. Estudo encomendado à consultoria Macrologística pela CNI (Confederação Nacional da Indústria) por meio da Ação Pró-Amazônia, que envolve as Federações das Indústrias dos nove Estados que compõem a Amazônia Legal (Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins), tem como intuito indicar quais são os eixos de integração de transportes e quais as obras prioritárias demandadas.
Desta forma, o estudo analisa a realidade socioambiental e geográfica da região e sugere a implementação de uma infraestrutura de transporte fundamentada em eixos de desenvolvimento e que seja capaz de formar um sistema de logística integrado, sem fronteiras estaduais, e intermodal, privilegiando aqueles de menor custo.
“Outro ponto fundamental é que obtivemos a união de todas as Federações das Indústrias da região. Não tenho dúvidas de que esse projeto vai revolucionar a logística não só da região como de todo o país. Precisamos unir esforços para trazer desenvolvimento sustentável para a Amazônia Legal e, por consequência, para o Brasil”, afirma José Conrado Santos, vice-coordenador da Ação Pró-Amazônia e presidente da Fiepa (Federação das Indústrias do Pará).
O Projeto mostra os nove eixos de integração prioritários que ajudarão a diminuir a despesa logística da Amazônia Legal, ampliando a concorrência da região. Para viabilizar o desenvolvimento dessas prioridades, é necessária uma cifra de R$ 14,1 bilhões. A estimativa de economia no custo de logística total da Amazônia Legal, que atualmente está em R$ 17 bilhões e que chegará em R$ 33,5 bilhões com o volume de produção previsto para 2020, alcançará R$ 3,8 bilhões anuais. Ou seja, o investimento total previsto se pagaria em menos de quatro anos com as economias obtidas.
“Mapeamos as 16 principais cadeias produtivas, responsáveis por 95% da produção local e 98% de tudo o que é exportado ou importado pela região, e também projetamos o aumento da produção até 2020. A situação hoje já é ruim. Temos que investir fortemente em infraestrutura para suportar o crescimento da produção até 2020 e também nos tornarmos mais competitivos, por meio da redução do custo”, explica o engenheiro Renato Pavan, sócio da Macrologística.
Uma equipe trabalhou no levantamento completo da atual infraestrutura da Amazônia Legal. Portos, aeroportos, armazéns, hidrovias, ferrovias, dutovias e rodovias foram mapeados e tiveram suas condições de uso analisadas, com a identificação das obras necessárias para modernização e ampliação. “Chegamos a 151 obras necessárias: 112 em eixos no Brasil e 39 em eixos internacionais. Para realizar todas essas obras, seriam necessários R$ 51,8 bilhões, dos quais R$ 45,8 bilhões em território nacional. O país não tem condições de investir esses recursos de uma só vez. Por isso, é preciso priorizar os projetos estruturantes com base em uma análise sistêmica dos fluxos de transporte”, explica Olivier Girard, sócio da Macrologística e responsável direto pelo projeto.
Já identificados os locais de produção, os tipos de produtos e o destino final, foi possível fazer um traçado das principais rotas de escoamento. Para isso foi utilizado um software otimizador desenvolvido especialmente para o projeto, que identificou os eixos de transportes mais rápidos e baratos. O sistema analisou 32 origens, 38 destinos e 33 diferentes tipos de produtos que, ao todo, se utilizam de uma malha logística composta por 932 rotas de ligação entre as diferentes origens e destinos. Foram também analisados níveis de custos de frete interno, transbordo, tarifas portuárias e frete marítimo para todo o tipo de modal e carga (granel agrícola, granel mineral, carga geral, granel líquido, contêineres). Foram identificados 42 eixos de integração de transporte, incluindo 13 eixos internacionais. Desse total, 32 geraram economias significativas.
Depois de coletada as informações de transportes mais eficientes e de obras necessárias para a modernização desses corredores intermodais, pode ser verificado o custo das obras, para encontrar o retorno sobre o investimento. Para isso, foi levado em consideração também o estágio atual das construções. Algumas precisariam começar do zero, e em outras já foram feitos investimentos.
Após o estudo dos impactos ambientais, dos benefícios sociais, da integração regional e do potencial de geração de empregos e tributos, cada uma das mais de 150 obras de infraestrutura listadas ganhou notas. A relação de emissão de monóxido de carbono é de 1 para hidrovia, 10 para ferrovia e 50 para rodovia. Como atualmente o transporte da produção da região é realizado, em grande parte, por rodovias precárias, o aprimoramento do sistema de transporte vai automaticamente se traduzir na diminuição do impacto ambiental, com o tratamento adequado de todos os problemas.
“Temos que acordar para a urgência dos investimentos em infraestrutura. Somos um dos países mais competitivos do mundo em diversos produtos. No entanto, basta sair da fábrica ou da fazenda e já começamos a perder competitividade”, afirma Girard.
O Projeto Norte Competitivo passa por implementação, que consiste na criação de uma força-tarefa formada por um grupo multidisciplinar que elaborará e colocará em prática um Plano de Ação, com o objetivo maior de viabilizar os projetos, possibilitando a mobilização dos envolvidos (governos estaduais e federal, bancadas estaduais e federais, organismos estaduais e federais, na iniciativa privada envolvida, organizações não-governamentais e universidades). No curto prazo, foi composta uma lista contendo 34 projetos, o que totaliza R$ 6,8 bilhões em investimentos, que passarão a ser foco da força-tarefa a ser criada nos próximos meses.
Confira a lista de projetos abaixo:
  • Duplicação da BR-163 no trecho Rondonópolis (MT) até Cuiabá (MT) e Posto Gil
    Investimento: R$ 640 milhões
    Status: em andamento
  • Modernização do Porto de Porto Velho (RO)
    Investimento: R$ 20 milhões
    Status: Projetado. SOPH assinou convênio com Min.Transporrtes em Mai/10 e espera liberação de recursos
  • Navegabilidade do Rio Madeira entre Porto Velho (RO) e Itacoatiara (AM)
    Investimento: R$ 220 milhões
    Status: Planejado
  • Ampliação do Terminal de Múltiplo Uso 1 – TMU1 no Porto de Santarém (PA)
    Investimento: R$ 72 milhões
    Status: Em andamento
  • Terminal de Granel Vegetal – TERGRAN no Porto de Santarém (PA)
    Investimento: R$ 92 Milhões
    Status: Projetado
  • Duplicação da Estrada de Ferro Carajás
    Investimento: R$ 1.089 milhões
    Status: Projetado
  • Dragagem dos Berços 100 ao 103 e Construção das Retroáreas dos Berços 100 e 101 no Porto de Itaqui
    Investimento: R$ 55 milhões
    Status: Em andamento
  • Ampliação do Terminal de Grãos-TEGRAM no Porto de Itaqui (MA)
    Investimento: R$ 280 milhões
    Status: projetado
  • Construção do Pier IV no Porto de Ponta da Madeira (MA)
    Investimento: R$ 386 milhões
    Status: Em andamento
  • Dragagem do Canal do Quiriri (PA)
    Investimento: R$ 180 milhões
    Status: Projetado
  • Construção dos Berços 401 e 402 e Ampliação do 302 no Porto de Vila do Conde (PA)
    Investimento: R$ 103 milhões
    Status: Em andamento
  • Construção do Terminal Graneleiro – Tergran no Porto de Vila do Conde (PA)
    Investimento: R$ 450 milhões
    Status: Projetado
  • Ampliação da Ferrovia ALL Malha Norte de Alto Araguaia até Rondonópolis (MT)
    Investimento: R$ 780 milhões
    Status: Em andamento
  • Terminal Ferroviário em Rondonópolis (MT)
    Investimento: R$ 30 milhões
    Status: Planejado
  • Restauração e Pavimentação da BR-163 entre Santarém e Guarantã do Norte (MT)
    Investimento: R$ 1.359 milhões
    Status: Em andamento
  • Escavação do canal, construção de diques de proteção e eclusa nas Corredeiras de São Luiz do Tapajós (PA)
    Investimento: R$ 271,96 milhões
    Status: Planejado
  • Dragagem e Derrocagem de Buburé (PA) à Jacareacanga (PA) no Médio Tapajós
    Investimento: R$ 95,34 milhões
    Status: Planejado
  • Dragagem e Derrocamento de Jacareacanga (PA) a Confluência no Alto Tapajós
    Investimento: R$ 49,01 milhões
    Status: Planejado
  • Sinalização e Balizamento do Rio Tapajós
    Investimento: R$ 6,53 milhões
    Status: Planejado
  • Dragagem e Derrocagem dos Rios Juruena e Arinos
    Investimento: R$ 228,04 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção de Eclusa da Cachoeira Meia Carga (MT)
    Investimento: R$ 271,96 milhões
    Status: Idealizado
  • Sinalização e Balizamento dos Rios Jurena e Arinos
    Investimento: R$ 5,02 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção de Terminal de Grãos em Porto dos Gaúchos (MT)
    Investimento: R$ 55 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção da BR 242 entre Sorriso e Porto dos Gaúchos (MT)
    Investimento: R$ 294 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção de Terminal Fluvial em Miritituba (PA)
    Investimento: R$ 7 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção de Eclusas na Hidrelétrica de Tucuruí (PA)
    Investimento: R$ 815 milhões
    Status: Em andamento
  • Dragagem e Derrocagem do rio Tocantins
    Investimento: R$ 74 milhões
    Status: Projetado
  • Derrocagem da Hidrovia do Tocantins
    Investimento: R$ 577 milhões
    Status: Em andamento
  • Construção de Plataforma Intermodal em Marabá (PA)
    Investimento: R$ 85 milhões
    Status: Planejado
  • Dragagem da Hidrovia do Tocantins no trecho Marabá (PA) à Imperatriz (MA)
    Investimento: R$ 49 milhões
    Status: Planejado
  • Sinalização e Balizamento do Rio Tocantins de Estreito (MA) à Marabá (PA)
    Investimento: R$ 2,67 milhões
    Status: Planejado
  • Construção de Terminal de Grãos Hidroviário em Estreito (MA)
    Investimento: R$ 30 milhões
    Status: Idealizado
  • Construção de Terminal de Grãos em Porto Morrinho (MT)
    Investimento: R$ 30 milhões
    Status: Planejado
  • Dragagem e Sinalização do Rio Paraguai de Morrinhos (MT) até Corumbá (MS)Investimento: R$ 6 milhões
    Status: Idealizado
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