Facchini

Lógica familiar com o novo Iveco Vertis

A Iveco quer mostrar independência e foco no mercado de caminhões brasileiro tal qual faz a Fiat, sua dona, no setor de automóveis. A estratégia consiste em desenvolver certos produtos específicos para cá. O Vertis é o ponto desta nova política da marca italiana de veículos comerciais. O modelo é o primeiro caminhão da Iveco pensado inteiramente para o Brasil e também o primeiro projetado fora da Europa. De quebra, ainda marca a estreia da fabricante no segmento de médios, o único onde a montadora ainda não atuava no país.
O Vertis nasceu do Centro de Desenvolvimento de Produto da montadora em Sete Lagoas, no interior de Minas Gerais, e chega em duas versões para atuar justamente nos extremos do segmento de médios, que responde por 20% do mercado total de caminhões e que reúne veículos desde 8 até 15,9 toneladas de PBT – Peso Bruto Total. O veículo "de entrada" é o 90V16, com 9,3 toneladas de PBT, capacidade de carga líquida de até 6 toneladas e três opções de entre-eixos: 3,30 metros, 3,80 metros e 4,35 metros. Disponível apenas com cabine simples, o modelo parte de R$ 118.500 e usa o novo motor NEF 4, da FPT – Fiat Powertrain Technologies. Com 3,9 litros, injeção direta do tipo common rail e intercooler, o propulsor gera 154 cv e torque máximo de 54 kgfm entre 1.400 e 2 mil rpm.
Na configuração 130V18, o mesmo motor gera 173 cv de potência e 60,1 kgfm de toque na mesma faixa de rotações. O Vertis top tem PBT de 13,3 toneladas, opções de cabine simples e estendida e entre-eixos de 4,35 metros, 4,75 metros e 5,10 metros, com capacidade de carga líquida que vai de 9,05 a 9,26 toneladas e preço de R$ 136.900. Ambas as versões do caminhão da Iveco usam câmbio ZF S5 580TO de cinco marchas com embreagem com duplo sistema pneumático, que promete mais maciez no pedal – já aplicado na linha Stralis NR.
Mas dentro da lógica de fazer um produto brasileiro, a Iveco também tentou dar um visual próprio para o Vertis. Tanto que o novo modelo procura seguir um estilo distante das linhas mais retilíneas e quadradonas dos outros caminhões da marca, como Eurocargo, Stralis e Tector. O Vertis tem parabrisa inclinado e superfícies bem marcadas na carroceria. Os faróis lembram asas e as entradas de ar e o vinco na frente insinuam um "V". O para-choques bastante pronunciado ostenta faróis de neblina retangulares e uma entrada de ar auxiliar. Nas laterais, destaque para a linha de cintura em "L" e para a carroceria "vazada". 
Na parte de equipamentos, o Vertis conta com o previsível para um mercado onde a racionalidade e o custo são regras. O modelo traz aquecimento, regulagens de altura e de profundidade da coluna de direção, tomada 12V, assoalho em material sintético, três encostos de cabeça, entre outros. Ar-condicionado, vidros elétricos e rádio/CD/MP3 estão entre os opcionais. Segundo a Iveco, o Vertis é voltado para aplicações de baú, carroceria aberta e plataforma de autossocorro.  
Primeiras impressões: Praticidade a bordo
O novo caminhão da Iveco aposta na dirigibilidade para estrear no segmento de médios. Afinal, o Vertis surpreende neste aspecto. A posição de dirigir elevada, o banco que parece abraçar o condutor, o quadro de instrumentos enxuto e de fácil visualização e a generosa área envidraçada já facilitam a vida a bordo. Depois de dar a partida, a direção hidráulica precisa e macia e o bom raio de giro tornam a tarefa de guiar a versão 90V16 do Vertis ainda mais interessante. Fazer curvas ou retornos com o modelo não exige grandes esforços e até aparenta facilidade, como em um carro de passeio, não fosse o volante mais horizontal e bem maior.
O desempenho do caminhão também é interessante. Com pouca carga na carroceria aberta, é verdade. O motor de 154 cv responde bem às investidas no acelerador e garante força para o veículo enfrentar o curto test drive no litoral baiano, principalmente nos poucos trechos de subida. O câmbio, como na maioria dos caminhões, é sempre um ponto delicado. Apesar de o pedal relativamente macio devido ao duplo sistema pneumático da embreagem, os engates da transmissão não são precisos e muito menos suaves. Além disso, o conjunto da alavanca do câmbio está disposto um pouco na diagonal, o que complica ainda mais sua operação.  
FONTE: WebMotors
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