O Porto de Paranaguá (PR) aumentará consideravelmente a produtividade na carga de açúcar com um novo equipamento para carregamento de navios, totalmente mecanizado, atualmente em fase de testes. Com ele, segundo a Appa (Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina), a exportação de açúcar ensacado deverá ficar 60% mais ágil já a partir de 2011.
Equipamento
Esse novo equipamento, o shiploader CNGL 3000/1000, um carregador de navios produzido no Brasil, foi adquirido para o Teapar (Terminal Exportador de Açúcar de Paranaguá), da empresa operadora Marcon, cujos recursos empregados para a compra chegam a R$ 30 milhões. De acordo com a administração portuária, ele aumentará a produtividade na carga de açúcar em Paranaguá para até três mil sacos carregados por hora, o equivalente a 3,6 mil toneladas de açúcar embarcadas por dia.
Atualmente, pelo método manual e dependendo do tipo do navio, o embarque diário fica entre mil e 2,5 mil toneladas. O CNGL 3000/1000 funciona como um escorregador em espiral, que distribui os sacos de açúcar de forma uniforme no porão das embarcações.
Com o novo método, os sacos de açúcar são descarregados por caminhões no armazém da empresa, em seguida colocados por funcionários em esteiras transportadoras que levarão a carga até o shiploader, no cais. Com estrutura fixa no berço de atracação, o carregador realiza movimentos sobre trilhos e sua peça principal gira 360º suspensa sobre o porão do navio. O açúcar ensacado desliza pelo equipamento, que tem sua mobilidade comandada por técnicos, diretamente de uma cabine de operações e do próprio porão da embarcação.
No método realizado até então, a operação é mais lenta, já que depende de guindastes de terra e equipamentos de bordo, que fazem o levantamento da carga, com a colocação dos sacos no porão do navio feita de forma manual. Entre outras vantagens do novo equipamento, a administração do porto destaca a maior segurança dos trabalhadores envolvidos no carregamento do navio e a diminuição do número de caminhões na faixa portuária, melhorando o trânsito no trajeto entre armazém e porto, pois a ligação com o cais passa a ser feita por esteiras elevadas.
Além disso, segundo a Appa, o uso do shiploader classificará Paranaguá como Delivereable Port na Bolsa de Açúcar Branco de Londres, que permite a comercialização do produto no sistema de negociações. De acordo com o responsável pelo Teapar, Cláudio Gustavo Daudt, a empresa calcula que o terminal mecanizado trará um benefício de US$ 7,00 a US$ 10,00 por tonelada de açúcar, em função da maior produtividade e do menor tempo em que navios ficam atracados.
Hoje, no país, segundo a Appa, somente os portos de Paranaguá e Santos oferecem movimentações com este tipo de shiploader. Paranaguá é o segundo porto do país que mais exporta açúcar, com 473,3 mil toneladas exportadas do produto ensacado nos nove primeiros meses de 2010, aumento de 54% na comparação com o mesmo período do ano passado, e 2,6 milhões de toneladas a granel (+16%).
FONTE: Canal do Transporte