“O número de veículos foi multiplicado em cinco ou seis vezes nos últimos 40 anos, enquanto as rodovias continuaram as mesmas. Sofreram forte deterioração, estão em péssimo estado e com excesso de circulação de automóveis e caminhões. É o colapso. A péssima situação das rodovias encarece o transporte entre 10% e 40%”. A reclamação é do empresário e presidente da Cooperativa dos Transportadores Coletivos de Cargas do Oeste de Santa Catarina (Cotraoca), Sérgio Utzig.
Ele pede a mobilização imediata da população, dos próprios empresários e da classe política para transformar em realidade os investimentos maciços prometidos para obras intermodais em rodovias, ferrovias e transporte aéreo.
“Há também um problema de gestão, isso é evidente. Notamos que as obras de reforma e de recapeamento, quando feitas em rodovias privatizadas, são de boa qualidade, mas, quando executadas em rodovias públicas são péssimas e em poucas semanas já estão se deteriorando. Estamos rodando sobre rodovias sucateadas, de terceiro mundo.”
Um dos problemas que Sérgio Utzig destaca como mais grave em Santa Catarina envolve a rodovia BR-282. Em sua opinião, a via encontra-se esgotada por conta do intenso movimento de veículos. Ele pede, também, a duplicação da via e o investimento em ferrovias, para que a BR-282 possa ser desafogada, diminuindo o risco de acidentes e os custos logísticos.
“Essa é uma obra urgente. Pela BR-282 escoa toda a produção do oeste catarinense e o custo do transporte é muito elevado. Com a arrecadação dos impostos sobre a frota de veículos, nos anos 1970, o governo conseguiu construir as rodovias que tem até hoje. Atualmente, com a frota multiplicada e uma arrecadação muito maior, o governo não consegue nem dar a manutenção necessária”.
FONTE: Porto Gente