Facchini

Quase 50% dos motoristas tomam rebite

Entregar mercadorias no prazo especificado pelo cliente é uma exigência cada vez mais rigorosa dos transportadores do país. No entanto, com isso, os motoristas se vêem estimulados a exceder sua carga de trabalho e, consequentemente, seu esforço físico e metal. Segundo Ricardo Fakhouri, professor do departamento de medicina da UFS (Universidade Federal de Sergipe), esses são os principais motivos que levam os condutores a fazerem uso de anfetaminas, substâncias maléficas ao corpo, conhecidas como rebites entre os profissionais do volante.
Em uma pesquisa feita no estado de Sergipe por Maxbergson Menezes Alves, estudante de medicina, e coordenada pelo professor Fakhouri, 48% de 114 motoristas entrevistados admitem fazer uso de substâncias químicas para retardar o sono. Desses, 18% consomem drogas mais de cinco vezes por semana. Segundo Fakhouri, as anfetaminas atingem diretamente o sistema nervoso central, que tem como principal função manter o controle do corpo. 
Ao ingeri-las, o motorista tende a ficar mais ativo por aproximadamente oito horas, mas quando a droga é consumida por diversas vezes o condutor apaga sem perceber, o que o professor chama de “dormir acordado”. Além disso, esse tipo de substância é comercializada ilegalmente no país, embora haja facilidade para comprá-la –, o que ainda para Fakhouri é outro fator de colaboração com os acidentes graves e com as mortes nas estradas.
O levantamento da UFS foi feito por meio de um questionário com 39 questões, durante 11 meses no município de Itabaina, SE. “Eu acredito que essa pesquisa estadual reflete uma realidade nacional”, afirma Fakhouri.
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