Ao sair da linha de produção, automóveis, caminhões, ônibus e implementos rodoviários percorrem um longo caminho até chegar aos clientes. Mas o que a maioria das pessoas não sabe é a forma como são feitas as entregas dos veículos. Essa logística é determinada pelo tipo de veículo, complexidade da sua produção e distância do local de entrega - se é na América Latina ou em outro continente - e o grau de complexidade de montagem dos veículos. O transporte poderá ser feito com o carro já montado (CBU), completamente desmontado (CKD) ou semi desmontado (SKD). Mas, em todas as situações o objetivo principal da escolha é a otimização da logística, tanto no que se refere ao tempo de deslocamento quanto à redução dos custos.
A Randon - Divisão Implementos deve fechar o ano com uma produção de 23 mil unidades de reboques, semirreboques e carrocerias nas modalidades graneleiros, carga seca, tanques, basculantes, silos, frigoríficos, canavieiros, florestais, furgões e siders. Os veículos são produzidos nas fábricas de Caxias do Sul (75%), na Serra gaúcha, e os restantes 25% em Guarulhos (SP). Mas, com uma diferença. A unidade paulista recebe parte dos componentes prontos. As plataformas, chassis, suspensões e eixos das carrocerias do tipo canavieiros, furgão carga geral e curtin sider são produzidos na unidade gaúcha e enviadas para São Paulo. “Aqui já é realizada uma operação logística interfábricas”, explica o diretor-executivo da Randon Implementos e Veículos, Norberto Fabris. Os componentes são enviados organizados “em pacotes” com dimensões de 14mx15m de comprimento e 4 metros de altura. “Um dos chassis segue rondando, carregado com outros três, que são acomodados sobre ele de forma otimizada”. Entre dezembro e maio, meses de pico das vendas de canavieiros, são enviados em média 400 chassis por mês para São Paulo.
Depois de prontas, as carretas, que em sua grande maioria têm como destino clientes do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná, são retiradas pelos próprios clientes nas unidades da Randon. “Muitas vezes os compradores já retornam para suas cidades com carregamento, fazendo frete”, afirma Fabris. Há ainda uma parte da produção, aproximadamente 25%, que é entregue por meio de distribuidores, que movimentam as carretas com seus caminhões e fazem a entrega aos clientes. “Preferimos fazer a entrega direta aos compradores, pois desta forma eles vêm até Caxias, trazem a família e passam o dia aqui, almoçam com o pessoal da fábrica e conhecem as nossas instalações. Nós temos a Casa do Cliente, onde há salas de jogos, televisores e filmes para as crianças. Consideramos essa prática muito boa”, revela Fabris.
Os implementos que seguem para exportação, cerca de 15% do total, são enviados de três modos diferentes: completamente montados (CBU), completamente desmontados (CKD) ou semi desmontados (SKD). Para os países da América Latina, os implementos são encaminhados montados rodando, ou em “pacotes” econômicos, a exemplo do que é feito com os chasssis na logística entre as fábricas. O caminhão que transporta a carroceria ou é contratado pela própria Randon ou pelo distribuidor do país de destino. Para a Venezuela, Colômbia e países do continente africano e do Oriente Médio os implementos seguem de navio, em CKD ou SKD, em contêineres de 20 ou 40 pés. O material é todo identificado e relacionado para facilitar a montagem.
Fabris conta que a definição do modo de envio, se será em CBU, SKD ou CKD, segue critérios objetivos. Equipamentos especiais como carrocerias na modalidade silo para cimento, tanques e frigoríficos são entregues em CBU porque demandam um processo de montagem muito sofisticado, e o número de pedidos não compensa o investimento em uma montadora tão especializada. Em CKD são enviados os produtos com grande quantidade de vendas e repetição de peças elevada, o que justifica a existência de uma linha de montagem para os produtos. Já em SKD são enviadas as mercadorias com pouca complexidade para montagem, mas que na análise entre volume e distância percorrida, o custo do frete compensa o envio do implemento semi desmontado.
FONTE: Jornal do Comércio