Recuperação econômica, isenção de IPI e facilidades de financiamento por meio do BNDES. Estes fatores somados ao crescimento da demanda no segmento de transportes resultam no aumento das vendas de caminhões (principalmente 0km) apurado pela Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores). O primeiro semestre de 2010 superou o mesmo período de 2009 em 54,6%.
“Cerca de 90% das vendas é de caminhão zero. A taxa é de 0,37% ao mês, enquanto a de um financiamento para um veículo usado chega a 1,90%”, esclarece Fabrício Malentachi, supervisor de vendas da Marcovec, representante da Volkswagen. Segundo ele, as metas estão sendo superadas mensalmente. “A Volks está vendendo de 70 a 80 caminhões por mês”, completa.
O modelo da Volks mais procurado é o caminhão para 15 toneladas, são 20 opções ao todo.
Na Carueme, representante da Ford, a ideia é vender 150 mil caminhões neste ano. Em 2009, foram 110 mil de acordo com o diretor Paulo Matias. “O mercado está em constante crescimento e deve permanecer aquecido por mais três ou quatro anos”, acredita Matias. Segundo ele, a Ford tem aproveitado o bom momento para fazer investimentos.
“Lançamos a linha Transit, já tradicional na Europa, que conta com quatro modelos de veículos mais leves, que podem trafegar em São Paulo”, diz.
Desde que vigora na capital paulista a lei que proíbe a circulação de caminhões nas principais marginais e avenidas, o aumento de vendas da categoria foi considerável, de acordo com o diretor da Carueme. “Em 2009 vendemos 24 mil unidades e a previsão é atingir 30% de crescimento deste número até dezembro”.
A Ford comercializa veículos capazes de transportar de 3,5 mil quilos (categoria leve) até 45 mil toneladas.
Tempo de espera
Na prática, comprar um caminhão não é tarefa simples. “Ainda existe a demanda maior que a oferta para vários modelos”, confirma Matias, revelando que o tempo para a entrega do veículo gira em torno de 60 dias.
Já na Cosmar Pneus, que comercializa caminhões da Mercedes-Benz, veículos semipesados demoram de 30 a 40 dias para serem entregues. E se o cliente fizer alguma exigência quanto a cor, por exemplo, o prazo aumenta e pode chegar a 120 dias, segundo o gerente de vendas Eduardo Sérgio de Freitas.
O prazo de espera já foi maior. Em 2007, as montadoras demoravam até seis meses para entregar um caminhão novo, segundo Malentachi, da Volks.
Pneus em falta
A partir da entrega do caminhão, a dificuldade passa a ser outra - a compra de pneus.
“A produção não tem dado conta de atender a demanda”, afirma Marcos Baratela, gerente de vendas da Cosmar Pneus. Segundo ele, os modelos que mais faltam no mercado são os de número 275 e 295, para truck, carretas e cavalos. “Registramos aumento de quase 60% no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período de 2009”, revela.Segundo ele, a espera é de dois meses. “A alternativa tem sido a ressolagem”.
FONTE: Rede Bom Dia