Até outubro, a Volvo do Brasil produziu e vendeu 14.706 caminhões pesados - 1.730 exportados. O número é recorde e poderia ter sido ainda maior não fosse a dificuldade que a empresa teve para importar componentes, que, devido à grande procura, não chegaram em quantidade suficiente para suprir a demanda. "Não conseguimos atender a todos os pedidos. Mas, em 2011, não faltará mais peças", afirma Bernardo Fedalto, gerente de caminhões da marca.
De acordo com ele, o mercado interno compensou a queda nas exportações, que ainda não se recuperaram totalmente em relação ao volume comercializado em 2008. "No entanto, em relação a 2009, os números já são bem melhores. Entre janeiro e outubro exportamos 1.730 unidades, contra 942 no mesmo período do ano passado", revela.
O crescimento da demanda levou a Volvo a estudar novos investimentos na produção brasileira. O presidente da empresa, Roger Alm, afirmou que pode ampliar a fábrica de Curitiba, onde são produzidos todos os modelos de caminhões vendidos no Brasil e na América do Sul. A empresa, que opera em dois turnos de produção, também pode vir a adotar o terceiro período de trabalho.
O Brasil já é a operação mais importante do mundo para a Volvo", enaltece Alm. "O País já é responsável por 23% da receita global da empresa." Segundo o executivo, a montadora disputa a liderança no País na venda de caminhões pesados. A linha da Volvo se concentra em veículos que transportam acima de 40 toneladas - segmento que representa mercado anual de aproximadamente 60 mil unidades.
Segundo projeções da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), as vendas de caminhões no País devem atingir o número recorde de 160 mil unidades em 2010. Para a Volvo, o mercado crescerá em torno de pelo menos 5% nos próximos anos, acompanhando previsões de alta do PIB (Produto Interno Bruto).
NOVIDADE
De olho nos futuros investimentos em infraestrutura, em razão dos grandes eventos esportivos (Copa do Mundo e a Olimpíada), a Volvo lança caminhão no País. Também fabricado na capital do Paraná, o modelo FMX é dedicado ao que os fabricantes classificam de trabalho vocacionado - uso fora de estrada em aplicações como mineradoras, usinas de cana-de-açúcar ou madeireiras, entre outros.
Vendido em todo o mundo, o modelo foi desenvolvido com auxílio da engenharia brasileira. A produção do Volvo começa em janeiro, após adaptações na linha de montagem da fábrica curitibana. Além do FMX, a empresa também apresenta nova versão do FM - caminhão voltado para aplicações rodoviárias. A expectativa é vender 1.300 FMX em 20.
NA REGIÃO
Com parte da produção de ônibus e caminhões concentrada no Grande ABC, a região também ganha com o crescimento das vendas e produção de veículos comerciais em 2010. "Num mercado que, nos últimos anos, teve momentos de altos e baixos, o aquecimento recorde neste ano significa injeção de dinheiro, manutenção e contratação de mais mão de obra", afirmou Gilson Mansur, diretor de vendas da Mercedes-Benz do Brasil.
De acordo com projeções da indústria, as vendas e a produção de caminhões e ônibus devem aumentar cerca de 40% neste ano.
O crescimento do emprego nas grandes cidades fez com que a frota de ônibus urbanos aumentasse para dar conta do número maior de usuários.
Também cresceram as atividades de fretamento, turismo e rodoviárias. A produção de ônibus deve atingir as 45 mil unidades - superando o recorde de 44 mil verificado em 2008. Até setembro, o mercado interno absorveu 20.981 ônibus - outras 10.282 unidades foram exportadas.
FONTE: Diário do Grande ABC