Facchini

Falta de motoristas prejudica o setor de transporte de carga


No setor de transporte de cargas, faltam motoristas de caminhão. Segundo os empresários, o país precisa hoje de 120 mil profissionais.
Lá vai o presente de Natal de muita gente. Tudo comprado pela internet e está sendo despachado. O volume de entregas de uma empresa está 50% maior do que no Natal passado. Por isso, o pessoal decidiu aumentar a frota: comprou caminhões, peruas, carros, tudo novinho, mas tem um problema: cadê os motoristas?
“Nós temos muitas vagas abertas e poucos candidatos qualificados par elas. Motoristas que dirijam caminhões estradeiros, como nós chamamos, que são os viajantes, grandes e que tem que ter obrigatoriamente, a categoria E na carteira nacional de habilitação”, conta Cristina Nascimento, gerente de Recursos Humanos.
Essa categoria exige que o motorista tenha mais de 21 anos, já dirija caminhões menores, não tenha cometido falta grave ou gravíssima no último ano e faça um curso no Detran. Para atrair candidatos com todos os requisitos, a empresa está até anunciando um prêmio de R$ 1 mil para quem for contratado.
“Pensar no Natal que está chegando e comprar umas coisinhas”, diz Célio Lázaro, candidato a motorista.
Ainda assim, pouca gente aparece. Aí, as empresas ficam de olho nos funcionários da concorrência. E, para que ninguém saia daqui, vai ter sorteio de cheques, TVs e uma moto.
O problema acontece no Brasil todo. Ainda mais que o movimento nas transportadoras aumentou 30% este ano. A Associação Nacional de Transporte de Cargas estima que, nas principais empresas, um em cada dez caminhões esteja parado por falta de motorista. Isso significa que, mesmo querendo, não dá pra crescer mais.
“O nosso comercial hoje está proibido de vender, para que não traga novos pacotes para que a gente tenha certeza de que vai entregar toda a demanda de Natal que a gente tem hoje aqui disponível”, conta Marcos Monteiro, presidente da empresa.
Segundo o professor José Pastore, da Universidade de São Paulo, o problema é que o número de trabalhadores preparados no Brasil não cresce com a mesma velocidade que a economia.
“O que dá para fazer é adotar algumas medidas interinas, temporárias, principalmente de treinamentos em empresas de forma maciça para acelerar um pouco a formação dessa mão-de-obra que está sendo necessária”.
NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA