Facchini

Fernando Corrêa na rota

A prefeitura anunciou ontem que começará, em fevereiro do ano que vem, a aplicar pelo menos na avenida Fernando Corrêa a lei que restringe a circulação na cidade de veículos pesados. A Secretaria Municipal de Transportes Urbanos (SMTU) pretende inclusive fazer um teste nos próximos dias, com policiais militares e fiscais de trânsito, controlando os “pesados” desde o Tijucal até o Centro. 

O devido cumprimento da Lei Municipal 205, de 2009, é considerado uma das medidas mais simples para ajudar a amenizar o caos no trânsito cuiabano. Entretanto, desde a promulgação da lei, o município não tem tido condições de fiscalizar o trânsito de acordo; tem esbarrado na falta de pessoal para atuar nas ruas. O problema agora começa a ser resolvido, segundo o titular da SMTU, Edivá Alves. Ele anunciou que um termo de cooperação técnica com a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) e com a Agecopa começa a ser desenhado para permitir, entre outros, a fiscalização da “lei dos pesados” a partir de fevereiro. 
Embora o convênio não esteja ainda totalmente definido, Alves assegura que incluirá o recrutamento de pelo menos 60 pessoas para atuarem como fiscais em caráter transitório. “Não há tempo para realizar concurso”, argumenta o secretário, referindo-se ao início, em meados de 2011, das obras que prepararão a mobilidade urbana de Cuiabá para 2014. 
Na próxima semana, Alves diz que a SMTU e o Batalhão de Trânsito da Polícia Militar, com cerca de 40 homens, farão um teste do trabalho de fiscalização na Fernando Corrêa. O dia ainda não está definido, mas o secretário adianta que das 7h às 19h será vetada a circulação de veículos com mais de oito toneladas na avenida. A sinalização para fiscalizar com base na lei já está praticamente pronta, garante Alves. A reportagem não conseguiu contato com o coronel Batista, do Batalhão de Trânsito, para falar a respeito. Policiais do Batalhão têm compensado o déficit de fiscais de trânsito do município (que tem apenas 56 fiscais, um quinto do que a cidade precisa; um concurso público, diz o secretário, deve sair até meados de 2011). 
Ainda de acordo com a SMTU, uma das motivações para a iniciativa na Fernando Corrêa é o alto número de acidentes ocorridos ali, inclusive ontem (ver matéria na B3). Ele aproveita para criticar as empresas cujas carretas circulam em horários indevidos, atribuindo a esses veículos o aumento da probabilidade de acidentes na via. 
“Eles não estão dispostos a colaborar. Eu tenho percebido isso”, dispara, referindo-se à tentativa, por parte da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt), de impedir a prefeitura de aplicar a Lei 205/2009 por meio de um mandado de segurança, que foi negado. O mérito da ação ainda está para ser julgado. A Fiemt não respondeu ao pedido da reportagem por uma declaração sobre o assunto. 

COOPERAÇÃO Sobre o termo de cooperação técnica, o professor da UFMT e especialista em trânsito Eldemir Pereira de Oliveira, que está desenvolvendo o projeto, afirma que as conversas estão ainda num estágio muito inicial para informar qualquer detalhe de fato concreto. Já o diretor da Agecopa, Yênes Magalhães, afirma desconhecer o ponto do termo de cooperação segundo o qual seriam recrutados fiscais para trabalhar no trânsito de Cuiabá, como anunciou o titular da SMTU. Ele diz que até o momento, o termo inclui apenas o trabalho conjunto no estudo e execução de rotas alternativas para os condutores da Capital trafegarem enquanto estiverem em curso as grandes obras de mobilidade urbana. “Talvez é uma proposta que ele ainda vai nos fazer”, conclui. 

Nunca publique suas informações pessoais, como por exemplo, números de telefone, endereço, currículo etc. Propagandas, palavras de baixo calão, desrespeito ou ofensas não serão toleradas e autorizadas nos comentários.

NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA