Facchini

Constellation 17.250 ganha na robustez

A primeira aparição do 17.250 para o público aconteceu durante o Salão Internacional do Transporte, a Fenatran, de 2005. Na ocasião, a Volkswagen Caminhões e Ônibus, hoje MAN Latin America, estava lançando a linha Constellation, que incluía também os modelos VW Titan Tractor 19.320 e o VW 24.250. 
O nome de batismo da gama dava indícios do que seria a chegada desses veículos ao mercado brasileiro. Os atributos da cabine compunham uma constelação de recursos inovadores. Na mesma Fenatran, a empresa lançou a Worker, família que reúne modelos de 8 t a 31 t de PBT e opções com motores eletrônicos e mecânicos, e tendo, também,  curiosamente, um caminhão igualmente chamado de 17.250, mas com outras características. 

Voltando um pouco mais no tempo, pode-se dizer que a fase embrionária do Constellation 17.250 começou lá atrás, com o 16.170, caminhão bastante procurado principalmente para aplicações de coleta de lixo e transporte de bebidas, que até chegou a ser usado em atividades estradeiras de médias distâncias. “No entanto, a limitação de 170 cv de potência para essa nova aplicação contribuiu para que surgisse a demanda por um caminhão mais potente. E a migração para o VW 17.220 foi natural”, relembra Ricardo Alouche, diretor de vendas, marketing e pós-vendas da MAN Latin America.

Além de oferecer mais cavalagem, o 17.220 conquistou um importante papel para a marca. “Esse caminhão se tornou uma referência nesse segmento e ainda conseguiu quebrar a hegemonia do concorrente (no caso, o L 1620, da Mercedes-Benz)”, comemora o diretor.
O ano de 2005 aterrissou no setor automotivo conduzindo o adeus à norma Euro II. Com mudança na legislação de emissões de poluentes, era preciso promover alterações nos motores, passando para a fase Euro III. E, para quem vai alterar o coração do caminhão, por que não lhe dar também um novo rosto?  A Volkswagen apostou nessa transformação total. No mercado brasileiro, a empreitada foi traduzida com a oferta da nova cabine, que recebeu o nome de Constellation, e o novo motor dotado de gerenciamento eletrônico (Cummins Interact 6.0 turbo intercooler), com 250 cv. Juntas, as duas novidades reforçavam o slogan da empresa para aquele momento: “Uma nova dimensão”.
Mais do que nova nomenclatura, a cabine Constellation inovou porque, além de ter o modelo simples, também poderia ser adquirida na versão leito e com teto alto, reunindo diversos itens de segurança e conforto oferecidos de série. A cabine foi desenhada nas estações digitais do Centro de Design da Volkswagen, em Wolfsburg, na Alemanha. A equipe responsável pelo desenvolvimento do veículo contou com profissionais brasileiros e alemães. 
Para garantir melhor comodidade ao motorista, a VW espalhou atributos ergonômicos desde o acesso à cabine, tanto que o primeiro degrau é mais baixo e a escada, mais larga. O espaço interno permite que uma pessoa com 1,95 m de altura fique de pé ou possa descansar de maneira mais agradável na cama com 2 m de comprimento. O banco do motorista tem suspensão pneumática e o do passageiro possui regulagem mecânica. A suspensão traseira conta com molas helicoidais e amortecedores hidráulicos e a dianteira tem coxins de material flexível. 
A marca não descuidou do cérebro do caminhão e no lançamento oferecia no catálogo Constellation o computador de bordo de série. O equipamento informa consumo de combustível, tanto com média de resultados como em tempo real, a velocidade média, o tempo total de viagem e a distância rodada. O painel informa tensão da bateria e quilômetros restantes para a próxima manutenção. A central elétrica foi preparada para receber transmissão automática ou automatizada e freios ABS. Dentre as demais funções inteligentes estão iluminação com temporizador, aviso sonoro que evita bascular a cabine com as portas abertas e desligamento automático do ar-condicionado em caso de superaquecimento do motor. 

No período que se seguiu ao lançamento da linha, a área de pós-venda da VW entrou em rápido processo de reestruturação. Isso porque boa parte dos concessionários teve de atualizar ou ampliar suas instalações para receber os novos pesadões, que exigiam, por exemplo, maior área de oficina, compra de ferramentas para a manutenção dos novos motores e dos agregados, sem contar o treinamento específico para reparos de funilaria, pintura, acabamento interno e eletricidade. 
Ricardo Alouche detalha que, nesses cinco anos de existência, o Constellation 17.250 firmou sua participação no segmento de 17 t: “De lá para cá, as vendas seguem aumentando, lembrando sempre que se trata de um nicho específico de mercado”. Segundo o executivo, o único fator que faz o caminhão ter menor fatia de participação é a presença do seu "irmão", o 24.250, que traz como vantagem o terceiro eixo de fábrica.
O desempenho desse veículo no mercado de usados tende a ser mais notável a partir de agora. “É neste momento que os grandes frotistas que compraram o 17.250 há cinco anos vão fazer a renovação da sua frota, por isso, a presença desse caminhão no mercado de usados poderá ser maior", estima o diretor.
O executivo avalia ainda que o 17.250, assim como os demais modelos da linha Constellation, apresenta excelente valor de revenda e que o mercado comprova isso. Para reforçar a aceitação desse modelo por parte dos frotistas, a Man Latin America cita entre seus principais clientes as empresas de coleta de lixo, como Vega e Delta, as transportadoras Júlio Simões e GM Costa e as distribuidoras de bebidas ligadas à Ambev. “Por reunir tantas qualidades, na hora da compra, o veículo zero-quilômetro pode sair um pouco mais caro em relação à concorrência, mas nessa diferença de preços estão inclusos benefícios, como, justamente, esse alto valor de revenda, que acaba favorecendo o cliente em diferentes momentos de contato com o caminhão. Posso dizer sem modéstia que a cabine Constellation é a mais competitiva do mercado”, assegura Alouche.
FONTE: Revista Transporte Mundial
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