Facchini

Com pressão de empresas, SMTU adia ‘sem carreta’

Após reunião com empresários e representantes de 20 sindicatos do setor de transportes de cargas, a Secretaria Municipal de Trânsito e Transportes Urbanos (SMTU) suspendeu a operação “Um dia sem carreta”, que estava prevista para ser realizada ontem, na avenida Fernando Corrêa, em Cuiabá, onde o movimento de carretas e caminhões pesados era intenso pela manhã. 
Em 20 minutos, a reportagem presenciou sete carretas transportando produtos como carros, bebidas e bois, além de vários caminhões do tipo baú, que também são usados para grandes cargas, trafegando pela Fernando Corrêa. 
De acordo com o secretário da SMTU, Edivá Alves, os empresários do setor querem uma flexibilização na lei municipal 205/2009, que trata da circulação de veículos de carga e operações de carga e descarga. 
Neste sentido, uma nova reunião está prevista para acontecer na manhã da próxima sexta-feira para discutir o assunto. Segundo ele, na área central, a atual legislação permite o tráfego de veículos com até quatro toneladas ou Peso Bruto Total (PBT). 


“Eles querem que seja até 10 toneladas e que se determine o tamanho ou a largura e comprimento do veículo”, disse. “Eles alegam que existem hoje caminhões mais compactos, que ocupam o mesmo espaço de um carro menor”, acrescentou. 
Alves disse ainda que considera importante entrar num consenso e chegar a um acordo que seja o melhor para a população cuiabana. “Chegando a um consenso, eles (empresários e motoristas) vão respeitar”, disse acreditar. 
A SMTU garante que vem fazendo um trabalho de conscientização junto às empresas que se utilizam de veículos pesados, com foco especial na região central da cidade, onde esses veículos contribuem para a lentidão ou estrangulamento do trânsito. 
Na última segunda-feira, a Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e o Sindicato das Indústrias da Construção do Estado (Sinduscon) entregaram Proposta de Mobilidade Urbana do setor ao prefeito de Cuiabá, Francisco Galindo, pedindo alterações na lei. 
Baseado em consultoria técnica especializada, o documento propõe o aumento do Peso Bruto Total (PBT) de quatro para 10 toneladas, diminuição das restrições de tráfego para veículos médios e pesados, principalmente em relação às Zonas de Centro Regionais (ZCR) e liberação para tráfego e estacionamento em qualquer dia e horário dos veículos e equipamentos de transporte de concreto usinado (caminhões betoneiras) e de bombeamento de concreto. 
O setor propõe ainda que seja estabelecido que a concessão das Autorizações Especiais de Trânsito (AET) para realização de serviço ou evento temporário seja dada pelas empresas, que também poderão, com uma AET, requerer o número de viagens que for necessário.
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