Apenas dois em cada dez postos de pesagem instalados nas rodovias que cortam o Estado de São Paulo estão funcionando, segundo levantamento realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo com base em verificações nos locais e dados de concessionárias e usuários. A pesagem é necessária para impedir que os veículos de carga transitem com excesso de peso, uma das principais causas de acidentes e deterioração do pavimento.
A pesquisa, feita entre segunda e quarta-feira da semana passada, mostrou que mesmo as balanças em operação não funcionam 24 horas. Foram verificados 76 postos de pesagem do Estado. Destes, dez operam normalmente, oito de forma eventual e 58 não estão funcionando. Motoristas chegam a rodar mais de 500 km sem passar pela fiscalização do peso.
Segundo o Departamento de Estradas de Rodagem (DER), o Estado dispõe de 36 balanças fixas e 59 equipamentos móveis para atender 21,7 mil km de rodovias estaduais pavimentadas, média de uma balança a cada 223 km. São, no total, 158 postos de pesagem, mas muitos estão fora de ação por reforma, avaria ou pela falta de fiscais.
O DER alega que não faltam funcionários para fiscalizar o peso nas rodovias. São 277 credenciados como agentes para uma necessidade de 239 - os demais cobrem férias e licenças. O órgão estadual informou que as balanças móveis operam em mais de uma base, por isso existem mais postos de pesagem do que equipamentos. Ainda segundo o DER, no Estado, em 2010, foram fiscalizados com pesagem 14,2 milhões de veículos, dos quais 279.049 foram autuados.
Uma resolução do Conselho Nacional do Trânsito (Contran) exige que o peso do caminhão seja distribuído igualmente sobre os eixos. A maioria das autuações nas balanças decorre da não observação dessa norma, mas a multa só pode ser aplicada por agentes do DER. Muitos são funcionários efetivos e optam por outras funções para não ter de passar o dia nas estradas.
FONTE: Estadão