Facchini

Indústria pronta para Euro 5 em 2012

Embora ainda sob dúvidas, a indústria automobilística nacional já está preparada para entrar na era do Euro 5. A partir do dia 1º de janeiro de 2012, motores de caminhões, ônibus e máquinas agrícolas terão de estar adaptados para o diesel mais limpo - 50 ppm (parte por milhão) de enxofre.
Executivos das principais montadoras dão como certo que a Petrobras oferecerá o combustível para atender a novos padrões - ao contrário de 2009, quando a estatal não disponibilizou o diesel com menos enxofre e inviabilizou o Euro 4. Como compensação, o governo decidiu pular do 3 para o 5 em 2012.
"Embora não saibamos todos os detalhes de como será o abastecimento de diesel pelo País, fabricantes já estão preparando as modificações necessárias para que os motores funcionem com combustível mais limpo", afirmou o presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), Cledorvino Belini.
"Todos nossos motores rodarão com Euro 5 a partir do ano que vem", disse o presidente da MWM International, José Eduardo Luzzi.

Atualmente, a Petrobras fornece diesel com 500 ppm - nas grandes cidades - e até 1.800 ppm nas localidades mais distantes. A emissão de gases pelos veículos é uma das maiores fontes de poluentes nas grandes cidades brasileiras.
Para o Euro V, postos de combustível terão de ter bombas distintas, já que a frota velha ainda continuará rodando com diesel mais pesado. O motor Euro 5 quebra se rodar com diesel acima de 50 ppm.
O salto do Euro 3 para o Euro 5 implicará ainda aumento de custos. Montadoras estimam que o valor dos grandes veículos suba até 15% com a implantação de teconologias para atender às novas normas de emissão de poluentes.
Por isso, a indústria está ampliando a capacidade de produção antevendo eventual antecipação de compra de grandes frotistas, que, também em razão do desconhecimento da nova tecnologia, devem preferir rodar com Euro 3 até terem compreensão melhor da nova realidade.
"Nós já estamos contando com antecipação de compra, que deverá ser mais forte entre os meses de novembro e dezembro", afirmou o presidente da Ford do Brasil e Mercosul, Marcos de Oliveira. "Principalmente porque haverá aumento no preço dos veículos."
Além de modificações em componentes, os novos motores vão adotar sistemas como SCR, no qual a aplicação de um líquido com ureia reduz as emissões de gases poluentes na atmosfera. A vantagem é queda de até 5% no consumo.
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