Com crescimento de 43,5% nas vendas no ano passado em relação a 2009, o setor de caminhões tem programado mais de R$ 4 bilhões em investimentos no País até 2013. A maioria das montadoras está ampliando capacidade produtiva e novas marcas chegam ao País. No ano passado, foram vendidos 157,7 mil veículos e as projeções para este ano apontam para aumento de até 15%.
No primeiro trimestre, a alta está em 27% ante 2010, com 39,4 mil unidades. Nas projeções da MB Associados, o volume pode chegar a 181,5 mil caminhões até dezembro. As montadoras trabalham com números mais modestos, de até 170 mil.
Só a Mercedes-Benz tem aportes de R$ 1,5 bilhão para o período 2010-2013, sendo que R$ 450 milhões serão gastos para adaptar a fábrica de Juiz de Fora (MG) para a produção de caminhões. A unidade antes montava automóveis para exportação.
No primeiro trimestre, a alta está em 27% ante 2010, com 39,4 mil unidades. Nas projeções da MB Associados, o volume pode chegar a 181,5 mil caminhões até dezembro. As montadoras trabalham com números mais modestos, de até 170 mil.
Só a Mercedes-Benz tem aportes de R$ 1,5 bilhão para o período 2010-2013, sendo que R$ 450 milhões serão gastos para adaptar a fábrica de Juiz de Fora (MG) para a produção de caminhões. A unidade antes montava automóveis para exportação.
A Mercedes também vai ampliar a capacidade da fábrica de São Bernardo do Campo (SP) de 65 mil caminhões para 80 mil até o fim do ano. Para dar conta dessa produção, deve iniciar um terceiro turno de trabalho na linha de montagem, o que demandará cerca de 500 contratações diretas e 150 indiretas, informou o presidente da Mercedes-Benz do Brasil, Jürgen Ziegler.
Ele recebeu ontem a visita do responsável mundial pela área de caminhões e ônibus da companhia alemã, Andreas Renschler, para discutir o projeto.
Se for aprovado, será a primeira vez que a linha de produção do ABC, que tem 56 anos, vai operar sem interrupções. Hoje, apenas 2,5 mil funcionários das áreas de motores, câmbio e transmissão trabalham em três turnos. Ao todo, o grupo emprega 13 mil pessoas e opera seguidamente com horas extras.
"O Brasil tornou-se o maior mercado mundial da Mercedes-Benz em 2010 e pode repetir o desempenho este ano, dependendo do que ocorrer na Alemanha", disse Renschler.
Em 2010, a Mercedes vendeu no Brasil 46,5 mil caminhões - dos quais 44,4 mil com capacidade acima de 6 toneladas de carga. Nessa categoria, foram vendidos na Alemanha 29,2 mil unidades e, na Turquia, terceiro maior mercado da marca, 11,5 mil.
O crescimento da economia e da renda no Brasil demandam maior necessidade de transporte de cargas. Obras como as previstas para Copa, Olimpíada e Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) também fomentam esse mercado. "Esperamos que a ordem e o progresso continuem nos próximos anos no Brasil", afirmou Hubertus Troska, vice-presidente da Mercedes para a América Latina e Europa.
Mesmo com o desempenho, que representou crescimento de 43,8% em relação a 2009, a Mercedes ficou em segundo lugar no ranking brasileiro, atrás da MAN/Volkswagen, que vendeu 48,6 mil caminhões. No segmento de ônibus, a marca vendeu 15,6 mil unidades e a MAN, 8,7 mil.
Briga. O Brasil já abriga dez fabricantes de caminhões, incluindo a NC2, joint venture formada pela Navistar e a Caterpillar que chegou ao País em 2010. Também fazem parte do grupo Ford, Volvo, Scania, Iveco, Agrale, International e Hyundai Caoa.
O grupo chinês CNHTC (que tem 25% de suas ações com a MAN), iniciou vendas no Brasil por meio da Sinotruk, empresa do Paraná responsável pela importação. A General Motors tem intenção de voltar a produzir caminhões no País e o grupo holandês DAF manifestou interesse em uma fábrica local.
Renschler reconhece que o mercado brasileiro é um dos mais competitivos - na Europa há sete marcas e nos Estados Unidos, quatro. Ele acredita, porém, que uma consolidação de grupos deve ocorrer mais fortemente apenas na Ásia. O executivo não vê grandes chances, por exemplo, de uma fusão total entre MAN/Volkswagen e Scania.
Atenta ao movimento, a Daimler (dona da Mercedes e de outras cinco marcas) chegou a avaliar a compra da Iveco, do grupo Fiat. "Não estamos mais discutindo o assunto", disse Renschler, sem contudo descartar novas negociações no futuro.