Facchini

Caminhões em acostamento oferecem riscos

Uma longa fila de caminhões estacionados às margens do acesso 103 da SP-79, em frente à fábrica de cimento Santa Helena, do Grupo Votorantim, tem colocado em risco os motoristas que passam diariamente pelo trecho, que liga as cidades de Piedade e Votorantim. Sem espaço no pátio interno da empresa, os veículos são obrigados a ficar no acostamento da rodovia aguardando por até 30 horas para poder fazer o carregamento da carga.
O motorista Lázaro Aparecido Pires de Campos, de Indaiatuba, disse que o problema vem ocorrendo desde a semana passada, sendo que em alguns horários chegaram a ficar até cinquenta caminhões estacionados pelo acostamento, aguardando a liberação para o carregamento. "Só não aconteceu um acidente ainda por sorte, mas está muito perigoso", reconhece. Na tarde de terça-feira, Campos contou que chegou ao portão da fábrica da Santa Helena na noite de segunda-feira, dia 2, e foi informado que tinha 120 caminhões na sua frente para carregar. "Muitos são aqui da região e ficam em casa aguardando o horário de entrada, mas a maioria tem que ficar por aqui mesmo, pois não podemos voltar vazios, senão deixamos de ganhar".
Além do risco para quem trafega no acesso 103 da SP-79, a demora no carregamento dos caminhões tem causado prejuízo para os motoristas. Marcos Sérgio Santos, de Votorantim, conta que geralmente conseguia fazer até duas viagens por dia, mas que agora está deixando de receber. "A gente ganha por carregamento. Quanto mais tempo ficamos parados, mais deixamos de receber, além de ter gastar com alimentação".
O motorista João Pereira da Silva, de Registro, que chegou na porta da fábrica Santa Helena às 15h de terça-feira ficou desolado com o cenário que encontrou. "Tem companheiro que chegou aqui às 14h de segunda-feira e só agora conseguiu entrar na fábrica. Vou ter que passar a noite na estrada e sem hora prevista para seguir viagem. O pior é ficar aqui na rodovia e ainda correr o risco de ser assaltado", reclamou.

Aumento da demanda
De acordo com a assessoria da fábrica Santa Helena, do Grupo Votorantim, o aumento da rotatividade de caminhões no local tem sido provocado pela forte demanda por cimento no sul do País, que exigiu um reforço no abastecimento daquela região com a contratação de caminhões extras de carga. A empresa não soube informar o número de caminhões que têm passado diariamente pela fábrica, devido a grande rotatividade. Mas assegurou que o problema deverá ser resolvido até o final de maio, quando serão concluídas duas novas fábricas de cimento do grupo em Santa Catarina, que ficarão responsáveis pelo abastecimento do mercado da região Sul.
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