A queda da ponte sobre o rio das Velhas, na BR-381, principal ligação entre Minas Gerais, o Espírito Santo e o Nordeste do país, provoca um rombo na economia mineira. O frete das transportadoras está até 50% mais caro e o prejuízo chega a até R$ 1 milhão por dia para as empresas. Isso por causa do desvio que fez aumentar o trajeto em 140 quilômetros. O cálculo é do presidente do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga no Estado de Minas Gerais (Setcemg), Ulisses Martins Cruz.
Mineração, siderurgia e construção também são setores prejudicados por causa da elevação do frete e dificuldades logísticas. "A alta nos custos envolve gastos com combustível, manutenção, além do aumento de viagens", explica Marcelo Patrus, presidente da Patrus Transportes. A empresa vai ser obrigada a reajustar o frete em 12%.
Ulisses Martins Cruz afirma que boa parte das empresas está tentando absorver o prejuízo para não repassar ao consumidor final. "Só que há limites, pois as margens estão achatadas", diz. Ele acredita que a alta nos fretes deve ser na casa dos 30%, podendo chegar a 50%. "Ou aumentamos ou deixamos de atender. Não tem outro jeito", lamenta.
O presidente da Tora Logística, Valter Souza, ressalta que os custos já tiveram elevação de 10% a 30%. "Se o caminhão anda mais, os gastos também aumentam. Os impactos foram violentos. Ainda estamos nos adaptando", observa.
O presidente da Cooperativa dos Transportes Rodoviários e de Consumo no Estado de Minas Gerais, José Carneiro, diz que alguns fretes aumentaram 50%. "De Igarapé a Barão de Cocais, o valor era R$ 26,97 a tonelada de minério de ferro. Hoje, custa R$ 40. A alta foi de 48,31%", diz. "Tem indústria pagando 40% mais por saca de milho levada de Patos de Minas a São Domingos do Prata", diz Ulisses Cruz.
FONTE: O Tempo