Facchini

Mercado aquecido turbina resultados de bancos próprios

O bom desempenho nas vendas de caminhões e ônibus no Brasil tem elevado os ganhos dos bancos de montadoras que, no primeiro trimestre de 2011, apresentaram um forte crescimento em comparação ao mesmo período do ano passado. A linha de financiamento Finame do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) é o destaque e responde por cerca de 70% dos contratos firmados pelas instituições financeiras.
Dentre as três maiores montadoras de veículos comerciais no Brasil, as duas maiores nos mercado de pesados possuem bancos próprios e registraram essa variação positiva. São a Scania, que iniciou as operações há pouco mais de um ano, e a Mercedes-Benz, esta já mais tradicional no mercado.
Ambas apresentaram um resultado vigoroso nos três primeiros meses do ano. Esses indicadores mostram uma expansão mais acentuada do que o crescimento do mercado, que segundo números da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea) ficou em 26,3%. Aliás, amanhã a entidade divulgará os números referentes ao desempenho da indústria até o mês de abril.

Mercedes-Benz
No caso da operação brasileira da montadora alemã, o crescimento até março ficou em 42%. Foram financiados R$ 830 milhões contra os R$ 583 milhões dos três primeiros meses de 2010. Desse valor, a instituição financeira reportou que 79% foram decorrentes da procura pelo Finame. Foram liberados R$ 655 milhões por meio desta modalidade em 2011, alta de 31% em comparação com os mesmos meses de 2010 quando foram negociados R$ 499 milhões. Já o CDC (Crédito Direto ao Consumidor) foi responsável por 21% dos novos negócios do banco.
Segundo o balanço da Mercedes-Benz, os caminhões responderam por 69% dos financiamentos, os ônibus ficaram com 19%, as vans 7% e em último lugar os automóveis com apenas 5%. Com isso, a carteira de crédito total do banco fechou março com R$ 7,2 bilhões, alta de 24%. No terceiro mês do ano passado, seu valor era de R$ 5,8 bilhões.

Scania
Já no caso da montadora sueca, a expansão deve-se por conta da base de comparação mais baixa em função do início das atividades da instituição financeira, que está no mercado há pouco mais de 12 meses. Nesse período, explica a Scania, a instituição financeira já responde por 10% do total financiado pela empresa no País. Segundo suas projeções, o banco deverá encerrar 2011 com uma carteira de R$ 1,2 bilhão financiados. Se essa previsão se confirmar, representará um crescimento de 600% sobre o resultado de 2010 que ficou em R$ 200 milhões.
Esse aumento levou a empresa a afirmar que ao se manter esse ritmo, as operações brasileiras do banco estarão entre as maiores do grupo no mundo já em 2012. Atualmente, a carteira de ativos do braço financeiro da Scania no Brasil ultrapassa operações mais antigas, como as do Chile, Turquia e Coreia do Sul.
“O mercado brasileiro está aquecido e temos uma perspectiva de crescimento sustentado, graças à demanda interna, investimentos de grandes volumes que estão ocorrendo em todo o país e também devido às obras de infra-estrutura em andamento” comentou Ferike Pasthy, presidente do Scania Banco ao Portal Transporta Brasil.
Dentre os novos produtos que a instituição financeira planeja oferecer está a venda de seguros para o bem financiado, além de aumentar a oferta do seguro denominado “Patrimônio Protegido”, que já está em operação e garante a quitação do financiamento em caso de morte ou invalidez do titular.
“Queremos alcançar 20% do volume de vendas da Scania, tanto em caminhões como também em chassis de ônibus por meio de financiamento”, apontou o executivo que disse ainda que uma forma para alcançar essa meta é aproximar-se da rede de concessionárias da marca.
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