Os custos brasileiros para a movimentação portuária de cargas são 30% maiores, em média, comparados aos portos mais competitivos do mundo, segundo declaração do engenheiro João Luiz do Amaral , em artigo publicado pela NTC e Logística, no último dia 30.
Além disso, pontuou que a produtividade é menor e ainda exemplificou: “os guindastes do porto do Rio de Janeiro movimentam nove contêineres / hora; em Santos, 12; Buenos-Aires, 22 e Hamburgo, 28”.
Diante disso, o Governo brasileiro tem a consciência de que precisa, urgentemente, readequar a infraestrutura portuária para que os portos do Brasil se tornem mais competitivos e a economia cresça no mercado global. Desta forma, medidas para melhorar as operações nos portos brasileiros ditam a “corrida contra o tempo” em busca de eficiência.
Nesse anseio, vale inclusive contar com o apoio internacional para evoluir. O Brasil tem, insistentemente, enviado comitivas ao exterior para buscar expertise portuária que possa ser empregada no País.
O “Porto Sem Papel” é uma das soluções que tem gerado mais competitividade em alguns portos, segundo a Antaq (Agência Nacional de Transporte Aquaviário). O modelo de solução importado da Espanha foi integrado ao Porto de Santos (SP), Vitória (ES) e Rio de Janeiro (RJ). A tecnologia permite agilizar o processo de escoamento das cargas por meio da informatização de dados, que permeiam a atividade.
No entanto, as evoluções tecnológicas no sistema portuário ainda são poucas para tornar, de fato, os portos mais competitivos. Amaral considera que precisa haver uma adequação na infraestrutura.
Para ele, “cabe aos exportadores pressionarem suficientemente o governo para que estas reformas aconteçam o mais rápido possível. Não vai adiantar quebrar recordes de produtividade no campo, ano após ano: o gargalo acontecerá no escoamento”, pontua em artigo.
Há solução?
Nesta semana, em visita ao Porto de Paranaguá, Leônidas Cristino, Ministro dos Portos, afirmou, ao lembrar do PNLP (Plano Nacional de Logística Portuária), que “o Governo Federal está identificando potencialidades e deficiências nos portos para planejar e futuramente fazer os investimentos necessários”.
A importância do setor portuário para o Brasil é evidente; de acordo com a Secretaria dos Portos, 95% dos produtos exportados pelo País acontecem por meio deste modal. O PNLP, que deve ser concluído até outubro deste ano, já custou R$ 45 milhões à União e até o momento identificou a necessidade de R$ 30 bilhões em investimentos para a readequação dos portos; resta saber se o Governo terá esse recurso para melhorar a infraestrutura portuária.
FONTE: webtranspo.com.br