Facchini

Roubo de carga versus novas tecnologias

Estatísticas referentes ao roubo de carga vêm superando recordes a cada ano. Os roubos são premeditados e realizados por quadrilhas organizadas, que geralmente atacam a noite. Boa parte do faturamento de empresas transportadoras tem sido direcionada a gastos com seguros e gerenciamentos de risco. Entretanto, o grande aumento dos roubos de cargas tem trazido prejuízos não só às empresas, mas também às próprias seguradoras, que, na tentativa de contornar o problema, recusam-se a fechar contrato sobre determinadas cargas.

Sistemas de monitoramento via satélite, dizem os especialistas, não são invioláveis. Os bandidos estão cada vez mais íntimos das novas tecnologias e pesquisam inúmeras maneiras de burlar os sistemas de segurança adotados pelas empresas. Uma ferramenta muito utilizada no roubo de cargas é o jammer. Este tipo de equipamento bloqueia o sinal de celulares, rastreadores, travas eletrônicas ou qualquer outro equipamento monitorado via satélite. O jammer, ou capetinha, é facilmente encontrado e tem preço acessível, o que preocupa ainda mais os transportadores. Enquanto uma empresa gasta, no mínimo, R$1.200,00 apenas com a instalação do dispositivo de segurança via satélite, além de pagar uma taxa mensal para custear a manutenção do equipamento, o jammer é encontrado por R$90,00 na 25 de Março, um dos pontos mais populares do comércio de São Paulo.
Existem quadrilhas especializadas no roubo de carreta e carga, assim como há, mesmo que minoritariamente, bandidos que apenas têm interesse no cavalo mecânico. Em qualquer um dos casos, para que se concretize o roubo deve haver o desengate das duas extremidades do caminhão. Uma das alternativas encontradas por empresas do ramo de transportes para solucionar esse problema é a utilização da trava de quinta roda da Flamma, aliada a equipamentos de segurança eletrônicos, por não necessitar da cobertura de satélites e ser de fácil instalação. A utilização de dispositivos de travamento de carreta e cavalo mecânico facilita a gestão e o controle da frota, pois cabe apenas ao responsável conceder ou não o desengate da carreta.
No Brasil, existem mais de 2 milhões de carreteiros, que são responsáveis por 60% da carga movimentada em todo país. A prevenção ainda é o melhor remédio para evitar os prejuízos causados por furtos e roubos. Além de utilizar dispositivos de segurança, para impedir o roubo do carregamento, o motorista deve estar sempre atento e tomar certos cuidados. Evitar dirigir sozinho em lugares sem movimento e estacionar apenas em pátios confiáveis são medidas simples, mas que podem diminuir notavelmente a vulnerabilidade de motorista e caminhão.
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