Desde que a Régis Bittencourt foi inaugurada, no início de 1961, ligando São Paulo a Curitiba em pista simples, já se falava em sua duplicação. No fim da década de 1970, prefeitos do Vale do Ribeira iniciaram um movimento pela construção da segunda pista. Na época, a questão ambiental ainda não era obstáculo, mas os projetos esbarravam na falta de recursos.
Posteriormente, a estrada passou a ser conhecida como "Rodovia da Morte" e parte da duplicação só foi ocorrer no fim dos anos 1990. Na época, o governo teve dificuldade para aprovar a segunda pista na Serra do Azeite - as obras ficaram embargadas porque a região era hábitat do papagaio-do-peito-roxo, espécie em extinção. Posteriormente, a batalha com os ambientalistas se transferiu para o trecho de 30,4 km da Serra do Cafezal, por se tratar de uma área de Mata Atlântica.
As pistas simples fazem com que os congestionamentos na região sejam um verdadeiro suplício para os motoristas. Para piorar, policiais rodoviários federais contam que, depois da abertura do Trecho Sul do Rodoanel, na capital, o tráfego na serra até aumentou. Veículos de carga com destino ao Porto de Santos, que antes evitavam a serra, desviando pela Rodovia Padre Manoel da Nóbrega (SP-55) em Miracatu, agora preferem pegar o anel viário paulistano. Os caminhões seguem em comboio nos trechos de subida íngreme e os acidentes são frequentes. Nos últimos 15 dias, engavetamentos e colisões pararam a estrada duas vezes.
O motorista Luiz Mário Júnior, do Recife, já cansou de ver acidentes nesse trecho. "Acontece acidente toda hora." Ele faz o percurso até Santos há cinco anos e prefere seguir pelo Rodoanel porque a estrutura da estrada é melhor. Nesse período, o volume de tráfego subiu de 16 mil para 22 mil veículos por dia, sendo 70% de caminhões e carretas. "O que mata é essa duplicação da serra que não sai."
FONTE: Estadão