Facchini

Caminhoneiros vão à Justiça contra restrição no tráfego

O Sindicato da União Brasileira dos Caminhoneiros entrou ontem com mandado de segurança, no Fórum de Santa Luzia, na região metropolitana de Belo Horizonte, solicitando a suspensão do decreto municipal que limita o trânsito de carretas articuladas com mais de 30 toneladas pela cidade. Apenas os veículos com o selo distribuído pela prefeitura podem passar pela cidade.
A restrição aos veículos de carga está em vigor desde ontem. Segundo a Polícia Militar Rodoviária (PMRv), durante a manhã, metade dos caminhões articulados que tentava avançar pelas três entradas de Santa Luzia era barrada e obrigada a buscar rotas alternativas. 

A medida foi imposta pela prefeitura para minimizar os transtornos à população e a destruição das vias. Pela cidade é adotado o principal desvio à BR-381, interditada há 48 dias após a ponte sobre o rio das Velhas, na vizinha Sabará, ter sido condenada e demolida. 
Desde as 6h30 de ontem, a fiscalização realizada pela PMRv e pela Guarda Municipal acontece em dois pontos da BR-381 (no posto da Polícia Rodoviária Federal e no entroncamento da rodovia com a MG-145) e nos portais Santa Rita e São Benedito. 

O advogado do Sindicato dos Caminhoneiros, Epifânio Sette, afirmou que a imposição da Prefeitura de Santa Luzia é ilegal. "Um decreto só pode regulamentar uma lei, mas não pode criar uma norma ou obrigações", argumentou. Os motoristas barrados são obrigados a adotar desvios que podem aumentar a viagem em mais de 200 km. Dependendo do destino, eles precisam seguir por Ouro Preto ou Sete Lagoas, ambas na região Central. 
Os prejuízos ocasionados pelos atrasos nas viagens e o aumento no consumo de combustível são inevitáveis. "Vou ter que andar 200 km a mais. Além do tempo, perco dinheiro", reclamou o caminhoneiro Rodrigo Pallu, 38, barrado na entrada do Portal Santa Rita após sair de Uberaba, no Triângulo Mineiro, com destino a Manhuaçu, na Zona da Mata. 

Insatisfação
Apesar do alto índice de motoristas que tiveram que dar meia-volta, o comandante da PMRv, tenente-coronel Sebastião Emídio, afirmou que o número de motoristas que tentou entrar em Santa Luzia poderia ser ainda maior. "Devido à divulgação, esses caminhoneiros já estão buscando rotas alternativas. A tendência é que cada vez menos caminhões tentem passar por aqui".

FONTE: O Tempo
NOTÍCIA ANTERIOR PRÓXIMA NOTÍCIA