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Fretados terão que renovar frota

Após se adequar à norma de circulação implantada pela prefeitura de São Paulo, o setor de fretados terá que ajustar suas operações diante de uma nova decisão do governo paulista, desta vez a exigência visa a renovação de frota. Entidades que regem o segmento já deram o aviso: o custo dessa medida certamente será repassado ao usuário final, podendo incrementar as tarifas em 12%.
Segundo a decisão, todas as empresas terão três anos para substituir gradativamente toda a frota de veículos com mais de 15 anos de uso no Estado. Até o final de 2011, serão 1.400 unidades (fabricadas em 92, 93 e 94) e aproximadamente 4.500 veículos (fabricados de 95 a 97) até dezembro de 2013.
De acordo com Jorge Miguel dos Santos, presidente do Transfretur (Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento e para Turismo de São Paulo e Região), “essa mudança vai impactar no custo porque temos uma idade média da frota de 14 anos. Teremos de aumentar os investimentos para suprir a alta do custo de capital e de manutenção”.
Para efetuar toda essa renovação, será necessário o investimento de R$ 470 milhões neste ano, e de quase R$ 1,5 bilhão nos próximos três anos. Para Santos, outros impactos da Resolução 39/2011 serão o aumento do nível de endividamento das empresas, a partir do segundo ano, e a redução do número de veículos em operação.
Com relação aos efeitos sobre o número de ônibus em circulação, a avaliação presidente da Transfretur é de que eles serão sentidos com maior intensidade por empresas menores, que devem renovar apenas 30% da frota.

Mais gastos
Para adquirir, por exemplo, um ônibus usado capaz de rodar por mais seis ou sete anos, essas empresas teriam que aplicar agora entre R$ 120 e R$ 130 mil por veículo. Antes da obrigatoriedade de renovação, essas empresas desembolsavam entre R$ 30 e R$ 40 mil, já que não havia limite de idade para os veículos.
Mesmo preocupada com a idade média da frota, mais de quatro mil veículos atingirão a idade limite até 2013, a Fresp (Federação das Empresas de Transportes de Passageiros por Fretamento do Estado de São Paulo), alega que as empresas deveriam ter um prazo mais prolongado, pois este pode afetar até as montadoras.
“É justo que ocorra a renovação dos ônibus, mas é preciso tempo hábil. Isso leva tempo e os fabricantes não estão preparados para atender à demanda de uma hora para outra. Também o mercado não está preparado para absorver os custos da nova sistemática da idade. Em muitos casos, para receber um veículo novo chega até quatro meses devido à falta de componentes”, explicou Regina Rocha, diretora executiva da entidade.
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