Facchini

Menos crédito pode afetar implementos


Ao apresentar seus números referentes ao desempenho no semestre, a diretoria da Anfir (Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários) demonstrou uma preocupação quanto ao futuro do setor. Mesmo com um resultado favorável nos primeiros seis meses, a entidade revelou que a atividade pode recuar 1,2% por causa da redução do acesso ao crédito.
O desaquecimento virá a partir do maior rigor com as novas regras do Finame. O novo programa de financiamento, que entrou em vigor em 1º de abril, reduziu a parte financiável com dinheiro público de 100% para 70% e fez os juros anuais subirem de 5,5% para 8,7%.
Rafael Wolf Campos, presidente da associação, diz que com a aprovação de financiamento mais seletiva, os pedidos já em carteira podem não virar faturamento. “O reboque e o semirreboque dependem fundamentalmente de financiamento. A redução da parcela financiável afeta diretamente a aquisição dos produtos que são bens de produção”, explica o presidente da Anfir.
Outra questão apontada pela entidade são as antecipações das compra de caminhões, motivadas pela entrada em vigor da legislação ambiental Euro 5. Segundo ele, os dois fatores têm força para reduzir o desempenho do setor – que de janeiro a junho desse ano cresceu 20,51% em emplacamentos.
Euro 5
Para Mário Rinaldi, diretor executivo da Anfir, com a nova lei de emissões, o mercado deve antecipar suas compras de caminhões com os novos motores. Dessa forma, os recursos destinados a compra de implementos rodoviários deverão ser redirecionados. “Na prática, as empresas vão rodar de caminhão novo com implemento antigo, sem renovar completamente o transporte de carga”, analisou.
Outro fator que pode representar um risco elevado ao parque industrial brasileiro será a falta de inspeções aos produtos importados, medida anunciada pelo MDIC (Ministério da Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior).
Para a Anfir, isso criará uma vantagem para o produto importado em detrimento do nacional. “Trata-se de uma medida contrária aos interesses da indústria nacional. Os produtos brasileiros são legitimamente submetidos ao crivo do Inmetro e não há razão para que os competidores estrangeiros não se submetam aos padrões e regulamentos brasileiros”, concluiu Campos.
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