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Volvo lança 'tecnologia verde'


A Volvo apresentou a nova geração F de caminhões, nesta sexta-feira (8), em Manaus, projetada para operar com tecnologia menos poluente, a SCR (Selective Catalytic Reduction ou Redução Catalítica Seletiva) atendendo às normas de emissões do Programa de Controle da Poluição do Ar por veículos Automotores (Proconve P7) compatível com a Euro 5, que passa a vigorar a partir de janeiro de 2012.
A Volvo é a primeira fabricante a usar a tecnologia SRC e o caminhões com esse novo padrão custarão de 10% a 12% a mais que os atuais, o Euro 3, além de mais 5% com o retorno do IPI. O investimento na tecnologia é de US$ 20 milhões.
“O cliente está preocupado porque o custo de capital representa uma parte dos custos operacionais e tem de repassar isso no frete. Se o concorrente não comprou caminhão novo, não tem custo a mais. Isso leva um tempo de reajuste”, disse gerente de caminhões da Linha F da Volvo, Bernardo Fedalto.
De acordo com o presidente da Volvo do Brasil, Roger Alm, Manaus foi escolhida para o lançamento por ser o “cenário ideal”, na floresta Amazônica.
Em junho, a Volvo tornou-se a líder nacional de mercado no segmento de caminhões pesados (acima de 40 toneladas), com cerca de 25% de market share. De acordo com a fabricante, os novos caminhões da linha FH e FM estão equipados com nova motorização, ganhando 20 cavalos a mais que a versão atual. Os veículos serão comercializados a partir de janeiro de 2012.
Com os 20 cavalos a mais de potência em cada modelo, a Linha FH sairá da fábrica com 420 cv, 460 cv, 500 cv e 540 cv, este último o “mais potente produzido no Brasil”. A caixa de câmbio eletrônica I-Shift que pode equipar os caminhões da linha F, serão oferecidas em nova configuração, compatível com o aumento de torque (a força do motor) dos novos veículos.
“Não mudamos o design dos caminhões, mudamos o trem de força. O frotista não gosta quando a gente muda muito o design porque ele deprecia a frota velha dele”, disse Fedalto.

Sistema SRC
O sistema SRC é utilizado no pós-tratamento dos gases de escape utilizando o agente Arla 32, agente químico capaz de neutralizar o óxido de nitrogênio. O Arla 32 terá um tanque exclusivo no caminhão e a reposição do aditivo à base de ureia será vendida em galões de 20 e 60 litros, nas concessionárias da Volvo.
Os novos caminhões, não somente os da Volvo, também terão de utilizar um diesel mais limpo, o “S 50”, com menor teor de enxofre (50 ppm - partículas por milhão), que segundo a Agência Nacional de Petróleo (ANP) entrará no mercado em janeiro de 2012, atendendo às exigências do Proconve 7. O diesel atual é o “S 500”, de 500 ppm; a partir de 2013 está previsto o uso do “S10”, com 10 ppm.
Todas as mudanças no caminhão vão promover uma redução de 5% no consumo de combustível, conforme a topografia de onde o veículo for utilizado, carga e torque do motor. Por outro lado, como ainda não estão definidas a precificação do diesel e do Arla, a fabricante trabalha com a perspectiva para “equalizar a questão”.
O preço atual do FH 6x2, o modelo mais vendido, está na faixa de R$ 360 mil, enquanto o modelo FM 11 litros 6x2 está custando R$ 330 mil.   

‘Incertezas’ no caminho da fabricante
Um problema que preocupa a fabricante Volvo é que há um “clima de incerteza” quanto à disponibilidade do diesel “S 50”. Dos 8 mil postos de combustíveis, cerca de 1,2 mil postos não têm interesse em vender o novo combustível, visto que requer alto investimento em bomba própria. Além disso, no início, haverá poucos consumidores, de 8% a 10% da frota.
Para o presidente da Volvo Brasil, Roger Alm, haverá disponibilidade limitada de combustível no início, mas vai crescer de acordo com a demanda. “Isso não é nada novo para a indústria. Já vendemos mais de 170 mil unidades na Europa. Quando o Euro 4 entrou lá, a densidade de postos também não era boa e ela foi aumentando à medida que os clientes foram chegando. Mas, é claro que isso é conforme o País”
Outro problema é que a partir de 2012 retorna a cobrança de 5% de IPI para caminhões (Imposto sobre Produtos Industrializados), isento desde 2009. É esperar para ver.
FONTE: A Crítica
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