A partir de janeiro de 2012, todos os motores a diesel produzidos no Brasil vão ter que atender à norma de baixa emissão de poluentes. Para isso, a indústria de combustíveis terá que fabricar diesel com baixo teor de enxofre (o S10) e precisará comercializar o Arla32, Agente Redutor Líquido Automotivo, solução com 32% de ureia. Até aí, nenhuma novidade. Agora, será que o País está preparado para atender essas novas demandas?
Para a distribuição do agente redutor, não será necessária a criação de uma rede. Sua implantação de comercialização nos postos de combustíveis será feita de forma gradual até atingir todo o território nacional. “Vai começar pelas capitais, mas isso vai se estender a nível Brasil. Estamos falando de um horizonte de talvez cinco, dez, talvez quinze anos”, detalha Pereira.
O ‘novo diesel’, o S10, com 10 partes de enxofre por milhão (10 ppm) será obrigatório em apenas algumas cidades a partir do ano que vem. Importante lembrar que esse diesel, com baixíssimo teor de enxofre, é que exige a aplicação do Arla32 no veículo. O diesel até S50 não precisa do agente redutor.
Novo diesel, novos cuidados
A redução do enxofre modifica as propriedades do diesel, que, então, exige um cuidado diferenciado do que era no passado. Na verdade, esse cuidado diferenciado com os combustíveis não tem a ver somente com a redução do enxofre. Ele tem a ver com a evolução tecnológica dos veículos. “Vamos pegar um caminhão, um ônibus a diesel. Quarenta anos atrás, ele exigia qualidade de diesel ‘X’. Hoje, um caminhão que sai zero da fábrica tem outro padrão de exigência de qualidade. Isso é uma evolução tecnológica natural. Aí, o que ocorre é o seguinte: com a redução do teor de enxofre do diesel, aumenta essa característica, essa preocupação e esse cuidado que tem que ter com o combustível, com o armazenamento e a manipulação dele”, exemplifica o presidente da ABIEPS.
O diesel de melhor qualidade é uma exigência das tecnologias SCR e EGR, que equiparão todos os caminhões e ônibus novos a partir de 2012, de acordo com a exigências do Proconve 7 e Euro 5. “A mudança é tão drástica que o diesel S10, de baixíssimo teor de enxofre, que só roda em um determinado tipo de veículo que vai começar a ser comercializado em janeiro do ano que vem”, continua. “Por isso que é gradual. Porque vai haver uma conversão da frota ao longo dos anos. Então os veículos automotores a diesel – ônibus e caminhões – que vão ser comercializados no Brasil a partir de janeiro do ano que vem, já saem de fábrica com o uso do S10.”
Substituição da frota
No Brasil, o uso dos veículos é bastante prolongado. A idade média dos caminhões ultrapassa os 20 anos. Então, como adequar todos esses veículos para atender às novas exigências de emissão de poluentes? Será que é possível substituir todos os caminhões que rodam no País? Volnei explica: “o diesel normal, com o teor de enxofre mais alto, deve ser comercializado no Brasil por longos anos ainda, porque essa frota não vai ser simplesmente abandonada. A não ser que o governo decida mudar a política em relação a tudo isso e exigir o aposento dessa frota.”