Na edição passada, publicamos reportagem falando da chegada de novas marcas chinesas ao mercado brasileiro e do primeiro ano da Sinotruk no Brasil. Agora, trazemos a resposta de alguns transportadores sobre os motivos que os levaram a apostar em uma marca nova e qual avaliação fazem do uso do caminhão.
Além do preço muito atraente, robustez e economia foram os principais motivos apresentados pelos entrevistados que estão rodando com o caminhão da Sinotruk, que deve instalar uma fábrica no Brasil até 2015.
Wagner é um dos administradores da empresa fundada pelo pai em Belo Horizonte, em 1978, que hoje tem uma frota de 70 caminhões próprios e 28 agregados. Ele acredita que a chegada de novas marcas já está provocando mudanças na postura das montadoras instaladas no Brasil: “Estão valorizando mais o cliente”.
A Translincoln também acaba de adquirir dois caminhões da marca chinesa. A empresa trabalha no transporte de máquinas pesadas. Seu proprietário, Lincoln Augusto Lopes, diz que se impressionou com a performance de um Sinotruk Howo 6×4 que “tracionou com tranquilidade 65 toneladas numa subida”. “Além disso, o consumo foi muito bom: 2,2 km por litro rodando metade do percurso carregado e metade vazio”, conta, satisfeito.
Para o diretor da concessionária Sino Caminhões, de Goiânia, Nestor Andrade, testemunhos como esses estão alavancando as vendas. “O próprio cliente recomenda o caminhão para outros transportadores porque acredita e aposta na marca.”
É o caso de Antonio Carlos da Cruz, empresário goiano do ramo canavieiro. Natural de Ituverava (SP) e por isso mais conhecido como “Toinzinho Paulista”, ele diz que recebe ligações do Brasil inteiro de interessados em saber do caminhão: “E eu falo bem não para agradar os importadores, mas porque com o caminhão está sobrando mais dinheiro no meu bolso”.
Os cinco Sinotruk 6×4 que adquiriu são equipados com câmbio automatizado e operam em regime severo nas fazendas que administra em Goiatuba: “São 70 a 80 toneladas de cana por viagem, mais os 36 mil quilos do próprio caminhão, fazendo uma média de 1,2 km por litro somente em estrada de terra”, relata.
Além de usuário dos caminhões Sinotruk, o empresário Marlon Becker vende máquinas e equipamentos da também chinesa XCMG. Defensor dos importados, ele opina: “Se os chineses não estivessem entrando no Brasil, com certeza nós estaríamos pagando de 30% a 50% mais nos caminhões e equipamentos e o País não teria conseguido segurar a inflação”.
Becker dirige a Tractorgyn, que representa a marca chinesa nos Estados de Goiás e Tocantins, e acredita que a entrada desse tipo de produto importado, desde que tenha qualidade, tem que ser incentivada, além da instalação de fábricas no Brasil: “Temos uma demanda por alguns bens de produção que as indústrias nacionais não conseguem atender”.
O gaúcho Luiz Sergio Lima Barbosa foi o primeiro cliente da Boessio Caminhões, revenda Sinotruk de Canoas (RS). “Tenho uma empresa pequena que atua no ramo de asfalto, precisava de um caminhão mais novo, e o Sinotruk encaixou no meu orçamento.”
Barbosa diz que o caminhão não perde para outros: “E a concessionária está nos atendendo muito bem nas manutenções de rotina. Em 120 mil km rodados, o caminhão nunca quebrou”.
Paulo Tadeu Bellan, da Dental Transportes, de Caxias do Sul (RS), também apostou na marca chinesa. “Vi que a empresa tem 75 anos e fez parcerias com a Volvo e a MAN.” Ele enumera as vantagens: baixo custo de aquisição, o caminhão não é visado para roubo, as peças têm preços razoáveis, a cabine é confortável, o motor é potente e o consumo está dentro de suas expectativas.
Paulo também diz que a concessionária está disponível 24 horas e recebe os usados de outras marcas na troca com uma avaliação melhor que outras revendas. Além disso, na sua opinião, a concorrência já provocou a redução de preços dos caminhões nacionais.
FONTE: Carga Pesada