Os custos médios com frete passaram de R$ 67,00 por tonelada em 2006 para R$ 82,00 por tonelada em 2011, um aumento de 22% para carga seca transportada em carreta, graneleiro e em rotas de 700km. Os dados são de pesquisa divulgada pelo Instituto Ilos. O aumento dos custos pode ser atribuído à sobrecarga dos sistemas para o transporte de mercadorias, o que tem aumentado o tempo de espera e os gastos com logística no País.
"A capacidade de transporte já está praticamente esgotada há alguns anos, então crescer 4% ao ano é um desafio e tanto", afirmou Paulo Fleury, CEO do Instituto Ilos, no Fórum Internacional de Logística, no Rio de Janeiro. "A fabricação de caminhões cresce 12% ao ano. Nunca houve um crescimento assim. Há uma espera de seis a doze meses para conseguir comprar um veículo novo. O País não estava preparado, foi um lado ruim do crescimento do PIB". Fleury contou que entre as décadas de 80 e 90, a média de fabricação de caminhões era de 50 mil unidades por ano. Hoje, o número de caminhões fabricados está em quase 200 mil ao ano. "Isso está batendo com a capacidade das montadoras. Vamos ter que importar caminhão se a economia não der uma esfriada, a não ser que os projetos de novas fábricas comecem a produzir veículos para atender a demanda", previu o CEO do Ilos.
De acordo com o estudo, 18% das empresas declararam ter dificuldade de contratar serviços de transporte, devido à falta de frete. Como resultado dos problemas para conseguir caminhões, caminhoneiros autônomos trabalham com sobrepeso e jornadas excessivas, de até 48h sem dormir, e transportadoras voltam a colocar veículos velhos para rodar nas estradas. A idade média da frota de caminhões brasileira é de 22 anos, enquanto a da frota americana é de apenas 7 a 8 anos, lembrou Fleury. "O Brasil usa caminhão muito mais do que deveria. Temos uma matriz desbalanceada. Não temos grandes projetos ferroviários, por exemplo, para entrar em operação. Ainda são só projetos", alertou o especialista em logística. A pesquisa do Instituto Ilos foi realizada com 100 entre as mil maiores empresas no País.
FONTE: Diário do Grande ABC