Facchini

Linha P7 2012 traz Scania V8 mais potente do Brasil


Com potência e torque maiores em toda a linha 2012 de caminhões, que tem preços de 8% a 15% mais altos, a Scania adiantou alguns dos detalhes da nova família de motores globais que equiparão seus modelos a partir de janeiro próximo, quando entram em vigor no Brasil os limites de emissões para veículos diesel previstos no Proconve P7, equivalente à norma Euro 5. Informações sobre dois inéditos tamanhos de motorização para as cabines P e G (semipesados e pesados) só serão divulgadas em 23 de outubro – data marcada para o anúncio mundial da nova plataforma. Mas na parte de cima da gama de extrapesados a Scania já divulgou sua estratégia: os cavalos mecânicos com cabine R vão usar o novo motor V8 Euro 5 de 16 litros importado da Suécia, de 560 ou 620 cavalos nas configurações 6x2 ou 6x4, tornando-se assim os mais potentes da marca sueca já vendidos no País. 
É a primeira vez que a Scania decide introduzir no mercado brasileiro de caminhões rodoviários seu motor global de maior potência. “Acreditamos que a procura por esses modelos tende a crescer no Brasil”, avalia Roberto Leoncini, diretor geral da Scania do Brasil. “Éramos muito tímidos na estratégia de oferecer o V8 aqui, mas isso agora vai mudar. Queremos aproveitar a demanda crescente de clientes que precisam de potência maior para cargas acima de 70 toneladas, como é o caso dos rodotrens.” 
Para ganhar mercado, Leoncini aposta no atributo de robustez e baixo custo operacional do V8 da Scania. “O motor já é um sucesso mundial e deverá ser bem aceito aqui também.” Mesmo com motor importado, o executivo garante que os novos caminhões V8 R 560 e R 620 atendem o índice de nacionalização mínimo de 60% para serem financiados pelas taxas atrativas do BNDES/Finame. 
SCR para o P7
A Scania decidiu adotar para toda a linha 2012 o sistema de redução catalítica SCR, com injeção de solução de ureia Arla 32 no catalisador, para atender aos limites de emissões do P7. O SCR foi considerado mais robusto para as condições brasileiras do que o EGR (recirculação de gases), que dispensa o uso de ureia, mas é mais sensível às variações de qualidade do combustível. 
A Scania também oferece o EGR em países europeus, mas mesmo nos mercados mais maduros, com ampla oferta de diesel com baixo teor de enxofre, o SCR está ganhando as preferências. “No início da aplicação das normas Euro 4 e 5 a proporção era de 80% dos caminhões Scania vendidos com EGR e 20% com SCR, mas hoje essa tendência se inverteu, porque até na Europa há variações importantes do diesel”, explica Leoncini. 
Outra questão que pesou para a escolha do SCR foi a maior facilidade de manutenção. “Como o sistema é instalado à parte, não existem modificações significativas no motor e assim pudemos conservar uma das principais qualidades de nossos motores, que é a simplicidade de manutenção”, alega Leoncini. 
Outra vantagem são os ganhos de potência e torque, em média 5% e 9% maiores, respectivamente. O freio-motor também ficou 5% mais eficiente. O novo pacote de motorização traz economia de combustível média de 7%, segundo a Scania, em comparação com a sua linha atual de caminhões.
 Novos câmbio automatizado e retarder 
Com a nova linha P7, também chega a terceira geração do câmbio automatizado Opticruise, com possibilidade de ser instalado com ou sem pedal de embreagem. “Para algumas operações em trechos mais truncados nossos clientes preferem a opção do pedal. Já para longas distâncias não acham tão necessário”, explica Celso Mendonça, gerente de pré-venda. O executivo conta que a transmissão robotizada foi reprogramada para tornar a condução mais eficiente e econômica: “Não é um software programado em bancada, mas baseado no comportamento do motorista, por isso o equipamento entende melhor as atitudes de quem está dirigindo e faz as trocas de marchas da maneira mais otimizada possível.” O sistema eletro-hidráulico que aciona a embreagem e troca as marchas também ficou mais rápido, diz Mendonça.
O Opticruise já equipa 150 mil caminhões da Scania em todo o mundo. No Brasil, embora a marca tenha sido a primeira a oferecer o câmbio robotizado para caminhões, em 2001, a configuração que promete maior conforto e economia de combustível não pegou. Atualmente, segundo Leoncini, apenas de 10% a 15% dos modelos pesados rodoviários da Scania são vendidos com o Opticruise, contra quase 80% da concorrente Volvo. “Foi um erro estratégico não ter explorado melhor a oferta do Opticruise, mas vamos mudar isso. É uma solução de economia e o mercado está mais maduro para adotá-la. A perspectiva é que nos próximos dois anos 60% das vendas de nossos caminhões sejam com a transmissão automatizada”, afirma Leoncini. 
Outra evolução da linha P7 2012 é o novo Scania Retarder, que teve a potência de frenagem ampliada em 25%, para até 1.000 cavalos, “o suficiente para segurar qualquer caminhão”, diz Mendonça. “O sistema foi reconfigurado para atuar melhor em baixas velocidades, o que melhorou muito o desempenho nas operações fora-de-estrada, onde a força de frenagem em baixa velocidade, 15 km/h ou 20 km/h, aumenta até 40% em comparação com o retarder anterior.” 
“A Scania sempre busca fazer inovações continuadas. Com a linha P7, foi a vez de aplicar melhorias tecnológicas em todo o trem-de-força dos caminhões, sem no entanto mudar o que já é consagrado pelo mercado. Apesar de todas as melhorias, o mecânico não encontrará surpresas em nossos caminhões”, assegura Mendonça, destacando que 4,5 mil pessoas da rede de concessionárias já foram treinadas para executar a manutenção dos novos motores Euro 5. 
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