Com as grandes frotas, o caminhão virou um cartão de visita da empresa e o sonho de consumo de muitos autônomos. Hoje, além de sua função, custo operacional, desempenho, a cor do veículo também chamam atenção do cliente.
Apesar de o caminhão ser um bem de trabalho, a sua pintura também é algo fundamental para instigar o consumidor. Afi nal, ele é praticamente a casa do caminhoneiro que passa horas em sua companhia. Neste caso, o conforto é fundamental e a aparência chamativa também acabam fazendo parte do pacote. A lógica é simples: um caminhoneiro, com um ambiente mais prático e confortável, trabalha e produz melhor. Afinal, qual caminhoneiro não gosta de dirigir um caminhão bonito que chame atenção na estrada?
Mas a questão de cor de um veículo faz parte da história da indústria automobilística. Mal sabia Henry Ford que a cor preta usada para o Modelo T, em 1915, se tornaria tão real em tempos considerados modernos: você pode ter o Ford da cor que quiser, desde que seja preta. Hoje, essa tonalidade é uma das mais procuradas no mercado de automóveis, pela facilidade de revenda.
Os apaixonados por caminhões devem lembrar das cores dos primeiros Scania L 75 que saíram da linha de montagem na cor cinza claro. A partir de agosto de 1960, o modelo passou a ser pintado de azul e, em abril de 1963, a cor dos caminhões passou a ser a laranja. A cor dos modelos era padrão por um motivo simples: a linha de montagem não tinha capacidade de disponibilizar diferentes opções de cores.
Hoje, com as tecnologias, essa cena faz parte do passado, já que o consumidor tem varias opções de cores para escolher. Para se ter uma noção, uma pequena parte do catálogo de cores da MAN Latin America é definida conjuntamente entre os setores de Manufatura e Vendas & Marketing. Tratam-se das cores de maior volume e cores para atender demandas de estilo. O restante do catálogo é constituído por cores produzidas ?sob medida? para os clientes da MAN Latin America.
A necessidade de novas cores ou ajustes nas pré-existentes é demandada pela montadora. Mas a formulação é do fornecedor de tintas, ou seja, são passadas para ele as premissas gerais de brilho, aspecto e uma amostra (ideia) do que é a cor. Então, o fornecedor de tintas se encarrega de pintar painéis padrões para a avaliação da MAN Latin Amercia. Só assim, a cor é aprovada ou não. A entrada de nova cor necessita de uma clínica para determinação da tonalidade, para que a montadora saiba, por intermédio do fornecedor, eventuais problemas que aquela tonalidade pode apresentar ao ser produzida ou ao ser aplicada. Assim são compreendidos os eventuais riscos associados à pintura de determinada cor.
A MAN Latin America explica que para caminhões não há limite estabelecido para permanência de uma cor em linha.
Normalmente, o que determina o tempo de ?vida? de uma cor é a demanda. Ou seja, enquanto houver interesse por parte dos clientes sob determinada cor, ela sobreviverá.
Em geral, dois fatores afetam a demanda e levam ao cancelamento de uma cor: novas tendências de mercado e atualização tecnológica. Ou seja, o mercado consumidor escolhe suas cores preferidas, no caso de automóveis, a prata e a preta. No caso de caminhões, a branca. Assim, como escolhe as cores preferidas, o mercado pode, por influências diversas (moda, política, religião), excluir cores de ?seu catálogo? de preferências.
Escolhas
A atualização tecnológica está associada às questões ambientais e de segurança. Vamos dar um exemplo: no início da década passada, novas regulamentações para fabricantes de tinta trouxeram restrições à utilização de pigmentos inorgânicos. Tal restrição trouxe, em um primeiro momento, sérios problemas para obtenção de cores somente com pigmentos orgânicos. Tal restrição levou ao cancelamento de várias cores, pois sua tonalidade não era mais atingida com os pigmentos orgânicos disponíveis.
Na Iveco Latin America quem escolhe as cores para pintura dos caminhões é a área Comercial, principalmente pelo fato de estar em constante contato com os clientes e saber das pretensões e necessidades dos mesmos. Após a solicitação do cliente, a área Comercial verifica com a área de Pintura se existe tal cor como padrão. Caso não haja, coleta um padrão definido pelo cliente e envia ao fabricante para desenvolvê-la, realizando uma série de testes técnicos e seguindo padrões e normas pré-estabelecidas pela montadora. Dessa forma, vários fabricantes poderão, em oportunidades posteriores, fornecer tais cores.
Geralmente, as cores padrões normalmente acabam ficando em linha por tempo indeterminado. Para cores específicas ou especiais depende da solicitação de cada cliente.
Segundo a Iveco, 80 a 90% dos seus clientes fazem padronização das frotas, porém, existem níveis de padronizações leves, médios e altos (exemplo simples com adesivo ou a mais completa que é a cor da empresa, ou branca com faixas, grade colorida, para-choque de outra cor). A pintura e a padronização fora de fábrica são realizadas, na maioria das vezes, na concessionária.
De acordo com a Iveco, quando o próprio proprietário é usuário do veículo, ele gosta de pintura metálica, além de algumas grandes empresas que preferem cores metálicas por padrão da própria frota. Em relação aos nomes das cores são sugestões do próprio fornecedor e também da equipe de Marketing do produto.
Mas é certo que todas as montadoras possuem normas de não divulgação e/ou direito reservado estratégicos. Os fornecedores não devem, em hipótese alguma, divulgar, emprestar, ceder, locar, e etc., informações técnicas entre elas. Depois de saber alguns procedimentos que influenciam na elaboração da cor de um caminhão, agora e só escolher a sua preferida.
FONTE: Revista Caminhoneiro