Tanto Ricardo Barros, secretário estadual da Indústria, Comércio e Assunto do Mercosul, Ricardo Barros, como o secretário municipal da Indústria e Qualificação Profissional, João Kovaleski, não abrem o jogo, mas Ponta Grossa está sim na disputa pela Sinotruk – a gigante chinesa que constrói caminhões. A empresa possui uma área de aproximadamente 275 mil m2 em Campina Grande do Sul, mas admite a possibilidade de instalar uma planta, na cidade, para fazer concorrência à norte-americana Paccar.
Depois de vencer a briga pela Paccar, numa disputa envolvendo outras importantes cidades do Brasil, Ponta Grossa reúne todas as condições de lutar por outros mega-investimentos. A grande vantagem da cidade - pelo menos neste momento – não é pela mão de obra abundante, pelas rodovias, educação de qualidade ou por estar perto de Curitiba, do aeroporto e do Porto de Paranaguá. O Município tem uma imensa área agrícola, que pode abrigar esses empreendimentos.
Essas grandes áreas estão às margens da PR-151, em direção a Carambeí. É nesta região que a Paccar vai se instalar para a construção de caminhões da linha DAF. Aliás, já existe uma proposição na Câmara para que o trecho que liga a Avenida Monteiro Lobato à rodovia passe a ser denominada de Avenida DAF, em alusão ao veículo. No mesmo local já funciona a Frísia, uma fábrica Cooperativa Batavo.
Há áreas disponíveis para a ampliação do Distrito Industrial de Ponta Grossa, na BR-376 – saída para o Norte, e na BR-373, sentido Ipiranga. Este é o grande trunfo do Município em relação a outros municípios que entram na disputa pelos grandes investimentos. Enquanto na cidade há muito espaço, havendo enormes possibilidades da expansão de fábricas, outros centros urbanos estão saturados.
A Sinotruk, conhecida como China National Heavy Duty Truck Group Corporation (CNHTC), foi constituída na China em 1935. Desde que trouxe os dois primeiros caminhões no Brasil em dezembro de 2008, a chinesa já comercializou mais de 900 unidades no país e traça como meta a venda de 1,2 mil unidades até o final deste ano. Até setembro já comercializou 600 caminhões no Brasil. Para 2012, a meta é vender 2.200 veículos no País.
O momento é auspicioso. Ponta Grossa já consolidou, neste ano, R$ 2,2 bilhões em investimentos industriais. E pode atrair muito mais, mesmo porque Curitiba e Região Metropolitana estão saturadas e o Município é a primeira opção do investidor que quer instalar fábrica no Paraná. Outro ponto positivo é que temos um governador que tem trabalhado para a industrialização da região.
Aliás, a negociação com a Sinotruk é mais um investimento do Programa Paraná Competitivo. Criado no início do governo Beto Richa, o programa reúne uma série de medidas de incentivo ao setor produtivo, como dilação de prazos para recolhimento do ICMS, investimentos para melhoria da infraestrutura e da capacitação profissional, para tornar o Estado atrativo para novos empreendimento produtivos que gerem emprego, renda, riqueza e desenvolvimento sustentável em todo o estado.
Até o momento, o Paraná Competitivo confirmou R$ 7,5 bilhões em novos investimentos e outros R$ 15 bilhões em negociação. Os anúncios de investimentos mais recentes no segmento automotivo foram da francesa Renault, que ampliará a unidade em São José dos Pinhais; da japonesa Sumitomo, que vai fabricar pneus em Fazenda Rio Grande; a norte-americana Paccar, que vai produzir caminhões DAF, em Ponta Grossa; e a Caterpillar vai produzir retroescavadeiras em Campo Largo.
FONTE: JM News