Facchini

Perspectivas 2012 – Iveco


A Iveco trabalha com dois cenários para 2012. Um mais otimista, com o mercado de caminhões ficando estável em relação a 2011, e um mais pessimista, que leva em conta o agravamento da crise internacional e a consequente queda, na faixa de 10%, das vendas internas no segmento.
Para o presidente da Iveco Latin America, Marco Mazzu, o Brasil vive um bom momento: “Mercado excelente, cenário econômico positivo e grande potencial de renovação.” Mas têm os fatores específicos que podem influenciar no mercado de veículos pesados, como a introdução da tecnologia Euro 5 e os problemas financeiros da Europa e dos Estados Unidos.
“Ainda não está clara qual será a abrangência da crise internacional e os seus reflexos no Brasil. Assim como também não sabemos como será a reação do mercado ao Euro 5.” No caso da nova tecnologia que reduz a emissão de poluentes, Mazzu diz que ações do governo, como o cogitado Finame Verde, poderão impedir uma retração das vendas no início do ano que vem.
A Iveco acredita que as vendas totais de caminhões acima de 3,5 toneladas deverão atingir 175 mil unidades em 2011, crescimento de quase 11% sobre os 158 mil emplacados no ano passado.
“Se incluirmos a faixa de 2,8 toneladas, na qual atuamos com o Daily, o volume este ano deve chegar a 210 mil, ante 197 mil em 2010.”
A participação da Iveco, que ficou em 7,8% no ano passado, está em 9,3% este ano. “Como chegamos ao mercado brasileiro mais recentemente temos obrigação de ganhar um pouco de participação a cada ano. Ainda temos espaço para continuar crescendo acima do mercado”, avalia Mazzu.
Com relação aos problemas externos o executivo avalia que a atual crise é mais de confiança do que de fundamentos. E acredita que o Brasil, por ter sofrido menos na crise de 2008-2009, ganhou mais confiança e com isso poderá passar pela atual turbulência internacional sem grandes impactos.
O presidente da Iveco avalia como positivas as medidas adotadas pelo governo para incentivar a produção nacional. A empresa só importa uma versão, a 8×4, do modelo Trakker, destinada à mineração. Na avaliação de Mazzu os fabricantes de caminhões que tinham planos de produzir no Brasil não deverão desistir dos projetos.
“O Brasil é um grande mercado e para qualquer empresa é interessante localizar sua produção. Pode ser que os interessados no País até acelerem os planos de construção de fábrica.” A Iveco opera atualmente com um índice de nacionalização na faixa de 70% a 80%.
Acima da média. No acumulado de janeiro a setembro deste ano a Iveco emplacou 10,7 mil caminhões no Brasil, obtendo o expressivo crescimento de 32,2% em relação aos 8 mil 84 comercializados no mesmo período do ano passado. O mercado como um todo cresceu no mesmo acumulado 15,6%, menos do que a metade do índice obtido pela marca que tem fábrica em Sete Lagoas, MG.
A empresa registrou crescimento em todos os segmentos nos quais atua, sendo o mais expressivo o dos caminhões médios – alta de 134,8%, passando de 158 unidades nos primeiros nove meses do ano passado para 371 este ano.
A faixa em que tem maior volume é a dos pesados, que totalizou vendas de 4 mil 151 veículos até setembro deste ano, 9% a mais do que os 3 mil 809 emplacados em idêntico período de 2010. Assim como as demais fabricantes do setor, a Iveco renova sua linha com a tecnologia Euro 5 a ser apresentada na Fenatran este mês. Dos cinco centros de pesquisa e desenvolvimento que a empresa mantém no mundo, um é no Brasil, junto à sua fábrica mineira.
No segmento de ônibus a Iveco também registra desempenho positivo este ano, com a vendas de 999 unidades nos primeiros noves meses. É quase o triplo das 343 comercializadas de janeiro a setembro de 2010. Por enquanto, a empresa opera apenas no segmento de miniônibus, mas seu projeto é de também produzir os de maiores portes no Brasil a partir dos próximos anos.
FONTE: Autodata
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