O cenário do mercado nacional de caminhões está cada vez mais positivo. Há dez anos se tinha registro de 61.624 mil unidades anuais vendidas, frente a 170.886 em 2010; um aumento quase três vezes maior. Ao se verificar o ritmo de vendas mês a mês não é difícil projetar que até o final deste ano 170 mil caminhões sejam vendidos.
A previsão, quase unânime entre eles, é que o número de caminhões vendidos pode chegar a 250 mil unidades em 2015. Mas diante deste quadro, qual seria o tamanho ideal da rede de concessionárias das principais fabricantes de caminhão do país? Será que pretendem inaugurar mais lojas para dar conta destas vendas crescentes? Ouvimos os executivos do setor para saber quem vai expandir a rede e quem considera que já tem uma rede de bom tamanho.
A Mercedes-Benz possui atualmente 200 lojas distribuídas em todo o território nacional. Para o Alexandre Ayres, gerente sênior de desenvolvimento da rede de concessionárias da marca, a expectativa não é expandir muito suas revendas, mas ampliar a capacidade das casas já existentes, pois acredita que já têm um nível de cobertura que atende as futuras demandas. “Nosso foco agora não é a expansão. Estamos atentos para aperfeiçoar nossa capacidade já existente”, diz Ayres.
A MAN Latin America partilha da mesma opinião. Com uma rede de 150 concessionárias, a única projeção de crescimento é em relação aos pontos de atendimento em grupos já existentes. Sergio Beraldo, gerende de desenvolvimento da rede, afirma que é importante oferecer algo ao concessionário que justifique o investimento que ele fará. Para os dois próximos anos estima um aumento para até 165 concessionárias dentro de grupos existentes para que tenha pontos de atendimentos em todas as rodovias somente pensando em caminhão extra pesado.
Seguindo a mesma linha de raciocínio, a Ford Caminhões visa expandir não apenas para a criação de novos distribuidores, mas sim para atender as exigências do mercado “com instalações maiores e modernas, afim de atender adequadamente os consumidores Ford e os novos clientes”, diz Ricardo Pezatti, Supervisor de Vendas e MKT da Ford Caminhões. Atualmente com 142 distribuidores exclusivos de caminhões e Transit, a fabricante tem previsão de chegar a 147 distribuidores em 2012.
Para a new player Internacional, a leitura é outra. Com 14 concessionárias no Brasil, a fabricante norte-americana deseja atingir 25 unidades até 2012. “Estamos em um processo de implantação da rede concessionária e acreditamos que com este número vamos oferecer uma boa cobertura geográfica tanto para vendas quanto para serviços e reposição de peças”, declara Fred Petroff Jr., diretor de vendas e operações concessionárias da International. Para 2015, o projeto é concluir o ano com 80 instalações. Petroff conclui, “Desta forma, avaliamos que atenderemos plenamente todo território nacional e estaremos preparados para o volume de 250 mil unidades”.
Em contraponto, apesar de ser considerada uma newplayer, a chinesa Sinotruck afirma que tem um tamanho ideal de revendas. Até o fim de dezembro deste ano a meta é chegar a 42 casas em operação. Joel Anderson, diretor geral da Sinotruck Brasil, informa que “por enquanto, há 30 concessionárias já inauguradas cobrindo 85% do território nacional. Com as 42 lojas, haverá revendas da marca em todo o País. O objetivo para o próximo ano, mais do que ampliar a rede, será buscar excelência em nossa área de pós-venda. Depois de expandir o número em todo o território nacional, o próximo passo será certificar as ‘casas’ a partir do primeiro semestre de 2012. Este número também atenderá a demanda de mercado para 2015”.
A Iveco possui hoje 98 instalações e deve alcançar até o final deste ano, 102. Para o próximo ano, serão 116 casas no país. Segundo Delmar de Oliveira Santos, gerente de desenvolvimento e gestão da rede Iveco Latin America, este número foi pensado após um amplo estudo de mercado. “Verificamos que o número de concessionárias cobre adequadamente o território brasileiro tanto em vendas como em assistência técnica. Se uma rede for muito maior que isso há uma tendência de perder rentabilidade nas unidades individualmente.” Para Delmar, a fabricante tem que estar alerta ao mercado, mas também com os resultados econômicos financeiros de seus parceiros comerciais.
Visto que cada empresa tem sua estrutura definida, com exceção das que estão entrando no mercado brasileiro, as redes de caminhões presentes atualmente no País se mostram confiantes diante das demandas de um futuro próximo, uma vez que acreditam que o número de concessionárias que possuem poderá suprir o que o mercado exigirá. De acordo com Delmar, para uma excelente cobertura de mercado o ideal seria possuir entre 130 e 150 pontos bem selecionados pelo território brasileiro. Então, até 2015.
FONTE: Brasil Caminhoneiro