Apartir de janeiro de 2012, o caminhão Sinotruk Howo 380, equipado com motor de 10 litros e 380cv de potência nas configurações 6X2 e 6X4, que começou a chegar ao Brasil no primeiro semestre do ano passado pelo Porto de Itajaí/SC, deixa de ser o único modelo da marca chinesa disponível no mercado brasileiro. A empresa importadora dos veículos e responsável pelas operações no País, a Sinotruk Brasil já tem definido, há meses, que trará também o modelo A7, um dos caminhões mais modernos da Sinotruk, marca mundial da CNHTC (China National Heavy Duty Truck Group Co. Ltd.), o maior fabricante de caminhões pesados da China, cuja capacidade instalada é de produzir 300 mil unidades/ano.
O A7, apresentado oficialmente ao mercado brasileiro na Fenatran, é um cavalo-mecânico com cabine nos mesmos padrões de design e conforto das disponibilizadas atualmente pelos principais fabricantes de caminhão mundiais. O modelo chega ao País com as motorizações de 380cv (na configuração 6X4), 420cv (6X2) e com motor de 460cv (6X4) e está sendo aguardado com grande expectativa pelos concessionários da Sinotruk, que acreditam ter em mãos um produto à altura das marcas extrapesadas que já atuam no Brasil.
Com estratégia bem definida e com disposição para fincar pé no País, com respaldo da CNHTC, na China, a estratégia da marca no Brasil, num primeiro momento, se restringiu à oferta do cavalo-mecânico Howo, com motor de 380cv de potência, nas configurações 6X2 e 6X4. Atualmente a marca conta com 28 concessionárias em atividade em regiões estratégicas e tem previsão de fechar o ano de 2011 com 42 em pleno funcionamento.
O diretor comercial da empresa, Joel Anderson, explica que apesar de não haver ainda Finame para os caminhões que traz da China, existe a alternativa do CDC, com taxas de 0,99% ao ano e acrescenta que o concessionário tem a liberdade para conseguir melhores negócios através de parceiro financeiro. Adianta que já foram iniciados estudos para implantação do banco Sinotruk, porque hoje a preocupação na China não é mais de apenas produzir caminhões, pois entenderam que é preciso financiamento para fazer seus produtos escoarem. A oferta de produtos que oferecem bom custo/benefício e estoque de peças de reposição a preços competitivos tem sido parte da estratégia dos representantes da Sinotruk no mercado brasileiro.
Anderson explica que a estratégia num primeiro momento foi trazer modelos 6X2 e 6X4, com motores de 10 litros e 380cv de potência (ao preço de 270 e 290 mil, respectivamente) e com a expectativa da abertura de novos nichos de mercado. "Temos de buscar volume, mas estamos com os pés bem firmes no chão", afirma o diretor comercial da empresa. A operação no Brasil tem respaldo da China e envolve 11 sócios investidores no negócio, com a meta de comercializar cinco mil caminhões/ano em 2015. "O boca a boca e o caminhão rodando é a maior propaganda do nosso produto. O foco hoje é o pequeno e médio transportador, mas estamos chegando aos grandes através de test-drives, porque hoje ninguém compra um caminhão sem experimentar". Ele acrescenta que todas as concessionárias da rede têm caminhões exclusivos para testes dos clientes.
Para ser competitiva no mercado interno e de exportação, a China National Heavy Duty Truck Group Co. Ltd, tem quatro fábricas na China - totalizando 10 linhas de montagem - sendo uma delas destinada à produção de veículos somente para aplicações fora de estrada. O Grupo CNHTC produziu em 2010 219 mil unidades e outras 58 mil no primeiro trimestre de 2011 (8% a mais do que o resultado obtido no mesmo período do ano passado). A meta para 2011 é atingir 230 mil unidades. Em 2009 a Sinotruk montou uma planta de ônibus e já produz 10 mil unidades/ano. Outro negócio do Grupo CNHTC foi a aquisição recentemente de duas fábricas de caminhões leves. Uma produz modelos de duas a oito toneladas de PBT e outra de duas a 10 toneladas de PBT. As duas unidades produzem juntas 60 mil unidades/ano, com a expectativa de chegar a 200 mil após receberem os investimentos previstos. Todo o conglomerado dá emprego direto a mais de 30 mil chineses.
Acordos com empresas da Europa do setor de veículos pesados tem sido o caminho encontrado pelo grupo chinês para acompanhar a tecnologia e desenvolver seus produtos. Uma parceria com a Volvo, que vinha desde 2003 encerrou em 2008, atualmente existe um acordo com a MAN. O grupo chinês possui também área de pesquisas e desenvolvimento, a qual é responsável pela complementação da tecnologia provinda dos acordos. Produz, além da cabine, todos os componentes do trem de força dos seus caminhões. São duas fábricas de motores de 260 a 460cv de potência, atendendo legislação de emissões Euro 3, 4 e 5.
FONTE: O Carreteiro